Um Homem percorre o mundo inteiro em busca daquilo que precisa e volta a casa para encontrá-lo. "George Moore"
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007
terça-feira, 27 de fevereiro de 2007
Ao meditar...
Sei a nuvem de cinza que turva o
oceano, a sombra que desfigura a
minha mão vazia. Sei as paisagens
que um dia se deitaram entre nós
para sempre adormecidas. Sinto
a dor estendida sobre a memória
do teu corpo na cama que ficou
aberta como uma ferida. E, sem
razão, repito a todo o instante nos
meus lábios cansados esse nome
que ainda me falta em quase tudo.
Maria do Rosário Pedreira
Nenhum Nome Depois
oceano, a sombra que desfigura a
minha mão vazia. Sei as paisagens
que um dia se deitaram entre nós
para sempre adormecidas. Sinto
a dor estendida sobre a memória
do teu corpo na cama que ficou
aberta como uma ferida. E, sem
razão, repito a todo o instante nos
meus lábios cansados esse nome
que ainda me falta em quase tudo.
Maria do Rosário Pedreira
Nenhum Nome Depois
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007
mitos & milho-rei
Runas
São considerados os mais antigos caracteres gráficos germânicos e escandinavos, aos quais se atribuía o poder mágico de intervenção na força dos elementos, de conseguir vitórias, de tornar eficaz a defesa contra a fascinação das mulheres, de acalmar as ondas, de curar feridas, de adquirir facilidade de expressão e força de pensamento.
Pelo poder mágico das runas, Skimir forçou Gerda a corresponder ao amor de Frey; Rinda veio a amar Odin; Eguil curou a aldeã enferma, e tornou inofensivo o veneno derramado no corpo da rainha Gumilda.
Na poesia dos Edas, Odin é, muitas vezes, apresentado como mestre das runas, às quais ele deve, em parte, o seu poder mágico.
São considerados os mais antigos caracteres gráficos germânicos e escandinavos, aos quais se atribuía o poder mágico de intervenção na força dos elementos, de conseguir vitórias, de tornar eficaz a defesa contra a fascinação das mulheres, de acalmar as ondas, de curar feridas, de adquirir facilidade de expressão e força de pensamento.
Pelo poder mágico das runas, Skimir forçou Gerda a corresponder ao amor de Frey; Rinda veio a amar Odin; Eguil curou a aldeã enferma, e tornou inofensivo o veneno derramado no corpo da rainha Gumilda.
Na poesia dos Edas, Odin é, muitas vezes, apresentado como mestre das runas, às quais ele deve, em parte, o seu poder mágico.
domingo, 25 de fevereiro de 2007
Para ti...
Ser Poeta
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
Florbela Espanca
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
Florbela Espanca
sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007
Para ti...
Amigo maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também
Em terras
Em todas as fronteiras
Seja benvindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também
Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também
Zeca Afonso
Traz outro amigo também
Por essa estrada amigo vem
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também
Em terras
Em todas as fronteiras
Seja benvindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também
Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também
Zeca Afonso
Traz outro amigo também
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007
Ao meditar...
Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho.
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim.
Sophia de Mello Breyner Andresen
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho.
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim.
Sophia de Mello Breyner Andresen
quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007
terça-feira, 20 de fevereiro de 2007
Ao meditar...
CHAMAMENTO
levanta-te do chão
morde as palavras soltas
prostra-te agora
e ajoelhado agarra toda a terra
até sentires a lama a causticar os ossos
pulveriza as máscaras de calcário impostas
e erguendo o rosto caminha em direcção
à silhueta de lume que pulsa
entre os ramos da árvore sibilina
Porfírio Al Brandão
O Príncipe Nu
levanta-te do chão
morde as palavras soltas
prostra-te agora
e ajoelhado agarra toda a terra
até sentires a lama a causticar os ossos
pulveriza as máscaras de calcário impostas
e erguendo o rosto caminha em direcção
à silhueta de lume que pulsa
entre os ramos da árvore sibilina
Porfírio Al Brandão
O Príncipe Nu
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007
Aforas
Foi manhã.
O vento frio no rosto - despenteou
A maré vazia
A areia macia
O suave barulho da ondas - aconchegou
As ondas...que se amam sem pressa
Foi manhã.
É Primavera.
domingo, 18 de fevereiro de 2007
... era uma vez
Nenúfar
Desde sempre que a flor de nenúfar está associada às sereias, por isso também foi chamada de flor da sereia.
Desde sempre que a flor de nenúfar está associada às sereias, por isso também foi chamada de flor da sereia.
Os índios norte-americanos afirmaram que os nenúfares apareceram das faíscas provocadas pela luta entre a Estrela Polar e Héspero, que disputavam o foguetão que havia sido disparado da Terra.
Reza a história que cada planta de nenúfar tem o seu próprio amigo, um duende que nasceu com ela e que também irá morrer quando o nenúfar morrer.
As folhas do nenúfar não ficam todo o dia na mesma posição, elas seguem os raios solares. À noite a flor fecha o seu rebento e mergulha na água quente. O nenúfar floresce durante 3 meses e faz do lago a sua casa.
Os Eslavos consideram que o nenúfar tem poderes mágicos e que pode proteger uma pessoa numa viagem.
Por isso boa viagem com a flor da sereia, sempre...
sábado, 17 de fevereiro de 2007
Para ti...
Sonho Azul
Levei-o no meu sonho azul
Azul, Azul
Da cor do céu
Levei-o comigo
Sonhou um sonho
Da cor do meu
Deitados no leito da lua
Na frescura, que tremor...
Trocava a vida toda
Pela vida deste amor
Meu Sonho Azul
Levei-o no meu sonho azul
Azul, azul
Da cor do mar
Levei-o comigo
Sonhou um sonho
De apaixonar
Deitados na noite das ilhas
Na frescura, que tremor...
Trocava a vida toda
Pela vida deste amor
Meu Sonho Azul
Né Ladeiras, Sonho Azul
Letra e música de Pedro Ayres Magalhães
Levei-o no meu sonho azul
Azul, Azul
Da cor do céu
Levei-o comigo
Sonhou um sonho
Da cor do meu
Deitados no leito da lua
Na frescura, que tremor...
Trocava a vida toda
Pela vida deste amor
Meu Sonho Azul
Levei-o no meu sonho azul
Azul, azul
Da cor do mar
Levei-o comigo
Sonhou um sonho
De apaixonar
Deitados na noite das ilhas
Na frescura, que tremor...
Trocava a vida toda
Pela vida deste amor
Meu Sonho Azul
Né Ladeiras, Sonho Azul
Letra e música de Pedro Ayres Magalhães
quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007
Ao meditar...
AMOR
O ser busca o outro ser, e ao conhecê-lo
acha a razão de ser, já dividido.
São dois em um: amor, sublime selo
que à vida imprime cor, graça e sentido.
"Amor" - eu disse - e floriu uma rosa
embalsamando a tarde melodiosa
no canto mais oculto do jardim,
mas seu perfume não chegou a mim.
Carlos Drummond de Andrade
O ser busca o outro ser, e ao conhecê-lo
acha a razão de ser, já dividido.
São dois em um: amor, sublime selo
que à vida imprime cor, graça e sentido.
"Amor" - eu disse - e floriu uma rosa
embalsamando a tarde melodiosa
no canto mais oculto do jardim,
mas seu perfume não chegou a mim.
Carlos Drummond de Andrade
terça-feira, 13 de fevereiro de 2007
Aforas
Gosto que se soltem as marés.
Gosto que se baralhem as brisas.
Sem ou Com Vento...
ELE (definir) eleva-se.
Gosto que se baralhem as brisas.
Sem ou Com Vento...
ELE (definir) eleva-se.
segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007
1 2 3, diz outra vez!
Lagarto pintado
Lagarto pintado, quem te pintou?
Foi uma menina que por aqui passou
Lagarto verde, quem te esverdeou?
Foi uma galinha que por aqui passou
Lagarto azul, quem te azulou?
Foi a onda do mar que me molhou
Lagarto amarelo, quem te amarelou?
Foi o sol poente que em mim pisou
Lagarto encarnado, quem te encarniçou?
Foi uma papoila que para mim olhou.
Lagarto pintado, quem te pintou?
Foi uma menina que por aqui passou
Lagarto verde, quem te esverdeou?
Foi uma galinha que por aqui passou
Lagarto azul, quem te azulou?
Foi a onda do mar que me molhou
Lagarto amarelo, quem te amarelou?
Foi o sol poente que em mim pisou
Lagarto encarnado, quem te encarniçou?
Foi uma papoila que para mim olhou.
Cantilena tradicional.
domingo, 11 de fevereiro de 2007
Ao meditar...
OUTRA VOZ
Ela não pediu esse silêncio. Mas também nada fez
para defender-se dele ou dominá-lo. Quando entrou,
a casa tinha-se calado de repente, as coisas dele
tinham mudado de lugar, desaparecido, e não importava
que tivesse sido ela própria a escondê-las, de véspera,
na arca das lãs que só voltaria a abrir no inverno.
Ela não quis conhecer esse silêncio. Soube apenas
que não voltaria a ouvir a voz dele
no espelho do seu quarto - a outra voz.
Sentou-se no chão e abriu um pequeno livro de capa azul.
Naquele fim de tarde, só mesmo os livros podiam dizer
algo mais do que o silêncio - essa outra voz.
Maria do Rosário Pedreira
A Casa e o Cheiro dos Livros
Ela não pediu esse silêncio. Mas também nada fez
para defender-se dele ou dominá-lo. Quando entrou,
a casa tinha-se calado de repente, as coisas dele
tinham mudado de lugar, desaparecido, e não importava
que tivesse sido ela própria a escondê-las, de véspera,
na arca das lãs que só voltaria a abrir no inverno.
Ela não quis conhecer esse silêncio. Soube apenas
que não voltaria a ouvir a voz dele
no espelho do seu quarto - a outra voz.
Sentou-se no chão e abriu um pequeno livro de capa azul.
Naquele fim de tarde, só mesmo os livros podiam dizer
algo mais do que o silêncio - essa outra voz.
Maria do Rosário Pedreira
A Casa e o Cheiro dos Livros
sábado, 10 de fevereiro de 2007
sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007
quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007
... era uma vez
Lenda dos Sete Ais
Reza a história popular que a origem do nome Palácio de Seteais, em Sintra, remonta a 1147, data em que D. Afonso Henriques conquistou Lisboa aos Mouros. Destacado para ocupar o castelo de Sintra, D. Mendo de Paiva surpreendeu a princesa moura Anasir, que fugia com a sua aia Zuleima. A jovem assustada gritou um "Ai!" e quando D. Mendo mostrou intenção de não a deixar sair, outro "Ai!" lhe saiu da garganta. Zuleima, sem lhe explicar a razão, pediu-lhe para nunca mais soltar nenhum grito, mas ao ver aproximar-se o exército cristão a jovem soltou o terceiro "Ai!". D. Mendo decidiu esconder a princesa e a sua aia numa casa (actual Palácio) que tinha na região e querendo levar a jovem no seu cavalo, ameaçou-a de a separar da sua aia se ela não acedesse e Anasir deixou escapar o quarto "Ai!". Pouco depois de se instalar na casa, a princesa moura apaixonou-se por D. Mendo de Paiva, retribuindo o amor do cavaleiro cristão que em segredo a mantinha longe de todos.
Um dia, a casa começou a ser rondada por mouros e Zuleima receava que fosse o antigo noivo de Anasir, Aben-Abed, que apesar de na fuga se ter esquecido da sua noiva, voltava agora para castigar a sua traição. Zuleima contou a D. Mendo que uma feiticeira lhe tinha dito que a princesa morreria ao pronunciar o sétimo "Ai!".
Entretanto, Anasir curiosa pela preocupação da aia em relação aos seus "Ais", exprimiu o quinto e o sexto consecutivamente, desesperando a sua aia que continuou a não lhe revelar o segredo. D. Mendo partiu para uma batalha e passados sete dias foi Aben-Abed que surpreendeu Anasir, que soltou o sétimo "Ai!", ao mesmo tempo que o punhal do mouro a feria no peito.
Sete "Ais! - a perdição...
quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007
Ao meditar...
Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
Álvaro de Campos
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...
Álvaro de Campos
terça-feira, 6 de fevereiro de 2007
mitos & milho-rei
ABILIA:
Monte africano que, com o monte Calpe, que lhe fica na fronteira, nas costas da Espanha, formava as Colunas de Hércules. Segundo a lenda, Hércules, tendo encontrado esses dois montes unidos num só, os separou, com a força dos seus braços, fazendo assim com que as águas do Atlântico se comunicassem com as do Mediterrâneo - estreito de Gibraltar .
segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007
domingo, 4 de fevereiro de 2007
Ao entardecer...
SONHO
Penso que devo ter adormecido por algum tempo;
Pois quando acordei tinhas vindo e partido.
Apenas algumas flores permaneciam -
Flores que não podiam sequer dizer quem eram...
E uma fragrância vaga e suave no ar.
Esta noite tenho de sonhar um sonho mais longo
Para que as flores falem
E a sua fragrância estenda uma trémula ponte
Entre nós.
Rege (1910-1978, Índia)
Tradução de Cecília Rego Pinheiro
Penso que devo ter adormecido por algum tempo;
Pois quando acordei tinhas vindo e partido.
Apenas algumas flores permaneciam -
Flores que não podiam sequer dizer quem eram...
E uma fragrância vaga e suave no ar.
Esta noite tenho de sonhar um sonho mais longo
Para que as flores falem
E a sua fragrância estenda uma trémula ponte
Entre nós.
Rege (1910-1978, Índia)
Tradução de Cecília Rego Pinheiro
sábado, 3 de fevereiro de 2007
quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007
1 2 3, diz outra vez!
Ó Rosa, arredonda a saia,
Ó Rosa, arredonda-a bem!
Ó Rosa, arredonda a saia,
Olha a roda que ela tem!
Olha a roda que ela tem,
Olha a roda que ela tinha!
Ó Rosa, arredonda a saia,
Que fique bem redondinha!
A saia que traz vestida,
É bonita e bem feita,
Não é curta, nem comprida,
Não é larga, nem estreita.
Cantilena tradicional.
Ó Rosa, arredonda-a bem!
Ó Rosa, arredonda a saia,
Olha a roda que ela tem!
Olha a roda que ela tem,
Olha a roda que ela tinha!
Ó Rosa, arredonda a saia,
Que fique bem redondinha!
A saia que traz vestida,
É bonita e bem feita,
Não é curta, nem comprida,
Não é larga, nem estreita.
Cantilena tradicional.
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