domingo, 27 de setembro de 2009

Outra janela...

nada acaba para sempre...


Autores

A Última Ceia

Trouxe as palavras e colocou-as sobre a mesa.
Trouxe-as dentro das mãos fechadas (alguns disseram
que apenas escondia as feridas do silêncio).

Pousou-as na mesa e começou a abri-las devagar,
Tão devagar como passa o tempo quando tempo
não passa. E depois distribui-as pelos outros,
multiplicou-se em dedos, em palavras (alguém disse
que chegariam a todos, ultrapassariam os séculos e
teriam a duração do tempo quando o tempo perdura).

Ceou com todos pão que não levedara e o vinho áspero
das videiras magras do monte que os ventos dizimavam.
Quando se ergueu, havia ainda palavras sobre a mesa,
coisas por dizer no resto do pão que alguém deixara,
feridas fundas nas mãos que fechou em silêncio e devagar.

Perto dali uma figueira florescia. À espera.

Maria do Rosário Pedreira
A Casa e o Cheiro dos Livros

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Da janela sul...


Viver é ansiar a felicidade possível e a impossível.

Camilo Castelo Branco

sábado, 19 de setembro de 2009

Outra janela...



As obras-primas devem ter sido geradas por acaso;
a produção voluntária não vai além da mediocridade.



Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Da janela sul...

olhar (te)

Autores

Ver-te é como ter á minha frente todo o tempo
é tudo serem para mim estradas largas
estradas onde passa o sol poente
é o tempo parar e eu próprio duvidar mas sem pensar
se o tempo existe se existiu alguma vez
e nem mesmo meço a devastação do meu passado

Ruy Belo

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

3 de Setembro...



Esta (em particular) é uma semana em que não respiro, sufoco!
Saudades sem medida de quem me faz tanta falta, a Mãe...

Maria P.