domingo, 28 de fevereiro de 2010

Fragmentos...1



Leituras...

A paciência não é só uma virtude - dá dividendos.

Bryan Forbes

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Voz do Povo


O Tempo encobre e descobre tudo.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Da janela Norte...


Agora que em tuas mãos
jaz meu pensamento
convoca indelével a memória
dos deuses
e os ritos das oferendas

Maria A. Mitelo
«Entre Passáros e o Mar»

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Um passeio...

Entre o pasto verde - o rebanho










-um telhado vermelho, perdido, ou não...



o rio gelado, mas sereno...


- água em formas...



-um manto branco, um olhar...

entre o céu e a serra, entardece...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Da Janela Norte...

intenso o sentir...

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Autores

Coisa amar...

Contar-te longamente as perigosas
coisas do mar. Contar-te o amor ardente
e as ilhas que só há no verbo amar.
Contar-te longamente longamente.

Amor ardente. Amor ardente. E mar.
Contar-te longamente as misteriosas
maravilhas do verbo navegar.
E mar. Amar: as coisas perigosas.

Contar-te longamente que já foi
num tempo doce coisa amar. E mar.
Contar-te longamente como dói

desembarcar nas ilhas misteriosas.
Contar-te o mar ardente e o verbo amar.
E longamente as coisas perigosas.

Manuel Alegre

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Outra Janela...

leve o sentir...

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Leituras...

Sentir é criar. Sentir é pensar sem ideias, e por isso sentir é compreender, visto que o universo não tem ideias.
Fernando Pessoa

...e mais:

O sentir é um pensar extravagante.
Fernando Pessoa

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Autores

Onde tão perto nasceste
era azul na manhã de estio
e de azul me inventaste
com as tuas mãos
e uma voz
como só as aves têm
E à nossa passagem
por brancos festejos precedida
se levantou de assombro
a última prece dos deuses
no tempo transbordado do amor

Maria Albertina Mitelo
Entre Pássaros e o Mar

sábado, 30 de janeiro de 2010

Outra Janela...

A viagem pode ser uma das formas mais satisfatórias de introspecção.

Lawrence Durrell

domingo, 24 de janeiro de 2010

Outra Janela...

a paisagem possível

Leituras...

Agora há uma dor que pousa nas palavras.
Não as digas - um nome basta para
dividir o coração. Se me esqueceste entre

um livro e outro, finge que não sei; despede-te
de mim como uma lâmpada antiga, deixa que
a tua sombra seja a minha única paisagem.

Maria do Rosário Pedreira
«Nenhum Nome Depois»

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Autores

Descobri uma lei sublime, a lei da equivalência das janelas, e estabeleci que o modo de compensar uma janela fechada é abrir outra, a fim de que a moral possa arejar continuamente a consciência.

Machado de Assis
"Memórias Póstumas de Brás Cubas"

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Voz do Povo


O tempo mostra o amigo.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

domingo, 10 de janeiro de 2010

Leituras...


se te observo
sinto-me servo duma obsessão
laçar abraço nos teus braços
atracção pelo belo palpável
côdea de pão escasso

se te contemplo
sou contigo templo e oração
num terno silêncio interno
limbo de inverno inferno
pão de forno de lenha

tão bela se te observo
tão meiga se te contemplo

Daniel Sant'iago
«Brinco de Palavras»

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Da janela norte...

intenso sentir

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Voz do Povo


1 é solidão, 2 é companhia, 3 é multidão...

sábado, 2 de janeiro de 2010

Outra janela...

Céu de Janeiro


Leituras...

É no momento que encerra a beleza de um gesto
que se prolonga a vida -

Na carne afeiçoada à mão apagam-se os sinais
de antigas fogueiras: o dilúvio do amor
veio lavar as cicatrizes deste mundo; e as pregas
de um rochedo que desafia o génio das marés
não lembram mais do que uma colcha amarrotada.

Agora, pode pintar-se o retrato do vento
nos esquadro da janela. O tempo não se mexe.
A vida, por um instante, é enorme.

Maria do Rosário Pedreira
O Canto do Vento nos Ciprestes

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

2010






Sê alegre apenas depois de dares a volta à vida toda. E regressares então a uma flor, ao sol num muro, a um verme no chão. A profunda alegria não é a do começo mas a do fim.

Vergílio Ferreira


sábado, 26 de dezembro de 2009

Da janela sul...

numa serena serenata serenou...

Autores

Um dia

Um dia, gastos, voltaremos
A viver livres como os animais
E mesmo tão cansados floriremos
Irmãos vivos do mar e dos pinhais.

O vento levará os mil cansaços
Dos gestos agitados irreais
E há-de voltar aos nosso membros lassos
A leve rapidez dos animais.

Só então poderemos caminhar
Através do mistério que se embala
No verde dos pinhais na voz do mar
E em nós germinará a sua fala.

Sophia de Mello Breyner Andresen

sábado, 19 de dezembro de 2009

A Todos...


...

As palavras de amizade e conforto podem ser curtas e sucintas, mas o seu eco é infindável.


Madre Teresa de Calcutá

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Da janela norte...

gelou...

Autores

A Forma Justa

Sei que seria possível construir o mundo justo
As cidades poderiam ser claras e lavadas
Pelo canto dos espaços e das fontes
O céu o mar e a terra estão prontos
A saciar a nossa fome do terrestre
A terra onde estamos — se ninguém atraiçoasse — proporia
Cada dia a cada um a liberdade e o reino
— Na concha na flor no homem e no fruto
Se nada adoecer a própria forma é justa
E no todo se integra como palavra em verso
Sei que seria possível construir a forma justa
De uma cidade humana que fosse
Fiel à perfeição do universo

Por isso recomeço sem cessar a partir da página em branco
E este é meu ofício de poeta para a reconstrução do mundo

Sophia de Mello Breyner Andresen

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Da janela sul...

branco solto...

Autores

Quem faz um poema abre uma janela.

Mário Quintana

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Obrigada...

Obrigada a:
Elzie Crisler Segar
(8 de Dezembro de 1894) foi um cartonista, mais conhecido por ser o criador de Popeye, personagem que apareceu pela primeira vez numa tirinha cómica no seu jornal em 1929.

Adoro o Popeye!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Outra janela...

para lá do olhar...

Autores

Vida

Sempre a indesencorajada alma do homem
resoluta indo à luta.
(Os contingentes anteriores falharam?
Pois mandaremos novos contingentes
e outros mais novos.)
Sempre o cerrado mistério
de todas as idades deste mundo
antigas ou recentes;
sempre os ávidos olhos, hurras, palmas
de boas-vindas, o ruidoso aplauso;
sempre a alma insatisfeita,
curiosa e por fim não convencida,
lutando hoje como sempre,
batalhando como sempre.

Walt Whitman

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Da janela norte...

Por lá
onde o frio aquece a saudade
onde o vento alinha o sentir
onde o branco pinta sorrisos...
Por lá
abrigo-me na montanha...

Maria P.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

domingo, 22 de novembro de 2009

Outra janela...

sem horizonte...

Leituras...

Tentar provar o futuro é muito mais interessante do que poder conhecê-lo. Como no jogo, não o ganhar, mas o poder ganhar. Porque nenhuma vitória se ganha se se não puder perder.

Vergílio Ferreira

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Da janela norte...

poema sem cor


Autores

A Cor da Liberdade

Não hei-de morrer sem saber
qual a cor da liberdade.

Eu não posso senão ser
desta terra em que nasci.
Embora ao mundo pertença
e sempre a verdade vença,
qual será ser livre aqui,
não hei-de morrer sem saber.

Trocaram tudo em maldade,
é quase um crime viver.
Mas, embora encondam tudo
e me queiram cego e mudo,
não hei-de morrer sem saber
qual a cor da liberdade.

Jorge de Sena

sábado, 14 de novembro de 2009

Outra janela...

Há não sei que semelhança entre a eloquência e o raio. O raio abrasa, pulveriza quase sem queimar; a eloquência quase sem persuadir.

Camilo Castelo Branco

domingo, 8 de novembro de 2009

Da janela norte...

tempo embriagado...

Autores

O Tempo Torna Tudo Irreal

O tempo, propriamente dito, não existe (excepto o presente como limite), e, no entanto, estamos submetidos a ele. É esta a nossa condição. Estamos submetidos ao que não existe. Quer se trate da duração passivamente sofrida - dor física, esperança, desgosto, remorso, medo -, quer do tempo organizado - ordem, método, necessidade -, nos dois casos, aquilo a que estamos submetidos, não existe. Estamos, realmente, presos por correntes irreais. O tempo, irreal, cobre todas as coisas e até nós mesmos, de irrealidade.

Simone Weil
«A Gravidade e a Graça»

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Outra janela...

abraço-te...

Autores

Um Amor
Aproximei-me de ti; e tu, pegando-me na mão,
puxaste-me para os teus olhos
transparentes como o fundo do mar para os afogados. Depois, na rua,
ainda apanhámos o crepúsculo.
As luzes acendiam-se nos autocarros; um ar
diferente inundava a cidade. Sentei-me
nos degraus do cais, em silêncio.
Lembro-me do som dos teus passos,
uma respiração apressada, ou um princípio de lágrimas,
e a tua figura luminosa atravessando a praça
até desaparecer. Ainda ali fiquei algum tempo, isto é,
o tempo suficiente para me aperceber de que, sem estares ali,
continuavas ao meu lado. E ainda hoje me acompanha
essa doente sensação que
me deixaste como amada ~
recordação.

Nuno Júdice

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

III

sinais de Outono...

Poesia...

Só a Natureza é Divina, e Ela não é Divina...

Só a natureza é divina, e ela não é divina...
Se falo dela como de um ente
É que para falar dela preciso usar da linguagem dos
homens
Que dá personalidade às cousas,
E impõe nome às cousas.
Mas as cousas não têm nome nem personalidade:
Existem, e o céu é grande a terra larga,
E o nosso coração do tamanho de um punho fechado...
Bendito seja eu por tudo quanto sei.
Gozo tudo isso como quem sabe que há o sol.


Alberto Caeiro
«O Guardador de Rebanhos - Poema XXVII»