domingo, 28 de janeiro de 2007

Ao meditar...

Escrevo o teu nome e um pássaro levanta-se da terra -
sobre o seu voo contariam os teus olhos mil histórias
que eu escutaria com o mesmo silêncio admirado
com que na boca cai um beijo ou a noite atira o amor
para cima das camas. Mas o lápis rola subitamente

sobre a mesa e pára a sepultar as palavras que nunca
te direi - porque o rio não regressa à cidade que primeiro
beijou, nem o navio ruma jamais ao porto que o viu largar.

Maria do Rosário Pedreira
O Canto do Vento nos Ciprestes

3 comentários:

Lila Magritte disse...

Triste. Preferiría que hubiera retorno.

Besos.

mfc disse...

E quantas vezes nos arrependemos das palavras não ditas?!

Maria disse...

Este texto ficou dentro de mim.
Um beijo