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segunda-feira, 1 de junho de 2009

Autores

Vive o instante que passa. Vive-o intensamente até à última gota de sangue. É um instante banal, nada há nele que o distinga de mil outros instantes vividos. E no entanto ele é o único por ser irrepetível e isso o distingue de qualquer outro. Porque nunca mais ele será o mesmo nem tu que o estás vivendo. Absorve-o todo em ti, impregna-te dele e que ele não seja pois em vão no dar-se-te todo a ti. Olha o sol difícil entre as nuvens, respira à profundidade de ti, ouve o vento. Escuta as vozes longínquas de crianças, o ruído de um motor que passa na estrada, o silêncio que isso envolve e que fica. E pensa-te a ti que disso te apercebes, sê vivo aí, pensa-te vivo aí, sente-te aí. E que nada se perca infinitesimalmente no mundo que vives e na pessoa que és.

Vergílio Ferreira
«Conta-Corrente IV»

domingo, 15 de março de 2009

Autores

A solidão não é forçosamente negativa, pelo contrário, até me parece um privilégio. Talvez a minha solidão seja excessiva, mas eu detestei sempre as coisas mundanas. Estar com as pessoas apenas para gastar as horas é-me insuportável.

Eugénio de Andrade
«Rosto Precário»

sexta-feira, 6 de março de 2009

Autores

Quase todos os homens vivem inconscientemente no tédio. O tédio é o fundo da vida, foi o tédio que inventou os jogos, as distracções, os romances e o amor...


Miguel Unamuno
«Brumas»

Será?!...