quarta-feira, 1 de outubro de 2008

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Com Fúria e Raiva

Com fúria e raiva acuso o demagogo
E o seu capitalismo das palavras

Pois é preciso saber que a palavra é sagrada
Que de longe muito longe um povo a trouxe
E nela pôs sua alma confiada

De longe muito longe desde o início
O homem soube de si pela palavra
E nomeou a pedra a flor a água
E tudo emergiu porque ele disse

Com fúria e raiva acuso o demagogo
Que se promove à sombra da palavra
E da palavra faz poder e jogo
E transforma as palavras em moeda
Como se fez com o trigo e com a terra

Sophia de Mello Breyner Andresen

5 comentários:

Manuel Veiga disse...

belo e actual

beijos

Unknown disse...

É.
É preciso denunciar.
EA

Maria disse...

Ah, e temos tantos....
tão actual, este poema....

Beijinho, Maria

poetaeusou . . . disse...

*
o demagogo,não sophia,
,
a corja
de demagogos
que nos enleiam,
,
bj,
h,
*

Maria P. disse...

Demasiado actual, o que é pena, digo eu...

Beijinhos a todos*