O Anel de Vidro
Aquele pequenino anel que tu me deste,
– Ai de mim – era vidro e logo se quebrou…
Assim também o eterno amor que prometeste,
- Eterno! era bem pouco e cedo se acabou.
Frágil penhor que foi do amor que me tiveste,
Símbolo da afeição que o tempo aniquilou,
Aquele pequenino anel que tu me deste,
– Ai de mim – era vidro e logo se quebrou…
Não me turbou, porém, o despeito que investe
Gritando maldições contra aquilo que amou.
De ti conservo no peito a saudade celeste…
Como também guardei o pó que me ficou
Daquele pequenino anel que tu me deste…
Manuel Bandeira
8 comentários:
É terno este poema... sempre grandes sugestões:)
Algo queda siempre, celeste y guardado en el alma.
Pequenas recordações num poema sereno :)
bj***
O vidro. A fragilidade. Também me deu para falar disso...
Beijinho.
Licínia
hum.. há amores assim... estilhaçam num instante.. será que deveriamos chamar de amor?
É engraçado como às vezes várias pessoas falam dos mesmos temas sem sequer saberem umas das outras. Tu e a Licínia a escreverem hoje sobre a fragilidade...
É o pó, e ainda mais o que nao se vê, aquele que assiste ao espectaculo... em qualquer que seja o teatro que se esconde!
Pequenas recordações retiradas da caixinha.
Beijinhos.
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