terça-feira, 6 de abril de 2010

Da Janela Sul...


Nenhum jardim, nenhum olhar os prende.
Intactos nas paisagens onde chegam
Só encontram o longe que se afasta,
O apelo do silêncio que os arrasta,
As aves estrangeiras que os trespassam,
E o seu corpo é só um nó de frio
Em busca de mais mar e mais vazio.

Sophia de Mello Breyner Andresen

9 comentários:

Maria disse...

Perfeita a tua janela.
Perfeitas as palavras de Sophia...

Beijinho, minha Maria!

Lídia Borges disse...

Maria, o bom gosto é uma constante, neste espaço.
Hoje este poema maravilhoso de Sophia e uma imagem em perfeito dialogismo poético.

Um beijo

Pitanga Doce disse...

Mas do lado de lá do mar não há vazio. Há alguém...

Rosa dos Ventos disse...

Sophia, a encantadora dos mares!

Abraço

Mar Arável disse...

Bela memória

Bj

João Paulo Proença disse...

Maria P:

É isso mesmo! PERFEITO

Belo post! 5 Estrelas!

Obrigado
João

tulipa disse...

Agora que é abril, e o mar se ausenta,
secando-se em si mesmo como um pranto,
vejo que o amor que te dedico aumenta
seguindo a trilha de meu próprio espanto.

Com este "Soneto de Abril" vim te visitar e deixar um abraço de saudades.

Manuel Veiga disse...

perfeito - ilustração perfeita: foto e poema...

beijo

Maria P. disse...

Ainda bem que gostaram, eu também tive prazer em fazer este post:)

Beijinho a todos*