domingo, 31 de dezembro de 2006

A todos... até 2007!

A mudança passa pela busca.

É verdade que não podemos encontrar a pedra filosofal, mas é bom que ela seja procurada; procurando-a, descobrem-se muitos bons segredos que se não procuravam.

Bernard Fontenelle

sábado, 30 de dezembro de 2006

Outra janela...


Ao passar da névoa...

sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

mitos & milho-rei

Don Juan

É a personagem de um mito literário cujas origens podemos registar na obra de Tirso Molina, El burlador de sevilla y convidado de piedra, editado em 1630.
A narração desse drama barroco define muito bem o herói e o seu destino que se irá manter até aos nossos dias: sedutor de donzelas, extravagante, sem escrúpulos - procura o prazer e a diversão, sem pensar no castigo divino - se é que existe.
Conquistas, romances, traições e aventuras empolgantes , protagonizadas por Don Juan (s) atravessaram o tempo na arte da escrita e do cinema com vigor.
O tema donjuanesco anda demasiado gasto, mas que existi, existi!
E é aliciante!...

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Outra janela...



Sai.

e...

olha?

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

Outra janela...



Entra.

e....

saída?

Aforas

Há momentos assim:
27 + 3 = 30 + 1 = 31
Eis o balanço deste ano um ganda 31!

terça-feira, 26 de dezembro de 2006

Outra janela...

a incerteza do (próximo) passo...

Ao anoitecer...

Lua adversa
Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!

Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)

No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...

Cecília Meireles

segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

Da janela norte...

o (meu) vale encantado...

A todos...

A Casa de Maio agradece a todos os Amigos as calorosas visitas e votos de Boas Festas.
Foi enorme o abraço que esta Casa sentiu. Obrigada.

FELIZ 2007 PARA TODOS!

Maria P.

domingo, 24 de dezembro de 2006

1º dia...












Toca o sino pequenino
Toca o sino pequenino
Sino de Belém,
Já nasceu o Deus Menino

Que a Senhora tem.

É Natal, é Natal,
Vamos sem demora,
Já nasceu o Deus Menino
Que a Senhora adora.
Cântico tradicional.

sábado, 23 de dezembro de 2006

2º dia..

Quando cai neve
Quando cai neve
Dizem que é Natal
E que vão chegar as prendas
Pobre de mim
Que vive ao pé do mar
Onde o sol desfaz as lendas
Dizem que o sol
Para não se constipar
Se esconde aqui pertinho
Vou logo à noite
Sem o acordar
Vesti-lo de branco lindo

Cântico tradicional.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

3º dia...

Presente de Natal
Quero que todos os dias
Sejam dias de Natal
Para todos terem alegria
E a ninguém lembrar o mal


Ò menino! Não te esqueças
De me dar um presente
Transforma todos os dias
Em Natais p'ra toda a gente.


Em Natais quentes de amor
Com cestos cheios de pão
Com homens todos irmãos

Cântico tradicional.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

4º dia...

É Natal, nasceu um bébé
Não é só na chaminé
Com o Pai Natal ao pé
Nem pinheiro, nem estrelinhas
Natal é uma adivinha

Sabem o que é,
Sabem o que é,
É Natal nasceu um bébé
Ontem, hoje e amanhã

E tu nem sequer sabias
Que não é só em Dezembro
Natal é todos os dias
Cântico tradicional.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

5º dia...

Ó pastores

Ó pastores do monte e prado
Acordai por vosso bem
Ide já guardar o gado
P'ra ver Jesus em Belém.

Pastorinhos do deserto
Todos correm para O ver
Trazem mil e um presentes
Para o Menino comer.

Cântico tradicional.

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

6º dia...

Pinheirinho
Pinheirinho, Pinheirinho
De ramos verdinhos
P'ra enfeitar, p'ra enfeitar
Bolas, bonequinhos
Uma bola aqui
Uma acolá
Estrelinhas que luzem
Que lindo que está
Olha o Pai Natal
De barbas branquinhas
Trás o saco cheio de lindas prendinhas.
Cântico tradicional.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

7º dia...

Entrai Pastores

Entrai pastores entrai
Por este portal sagrado
Vinde adorar o menino
Numas palhinhas deitado

Alegra os céus e a terra
Cantemos com alegria
Já nasceu Deus Menino
Filho da Virgem Maria.
Cântico tradicional.

sábado, 16 de dezembro de 2006

Aforas

Não consigo ser feliz nesta época, há sempre um, pelo menos um lugar na mesa, que ficará vazio...

Pelo jardim...

mal-me-quer...bem-me-quer

1 2 3, diz outra vez!

Regadinho

Ó meu rico regadinho,
que levas na tua mão?,
Um cacho de uvas do Douro
que consola o coração.

Água leva o regadinho,
água leva o regador.
Enquanto leva e não leva
vou falar ao meu amor.

Ó meu rico regadinho,
que levas no regador?
Levo-o cheio de vinho
para dar ao meu amor.

Debaixo desta ramada
cheira a cravos que rescende.
Diga-me, ó minha menina,
se esta uva se vende.

Cantilena tradicional:
Maria Adelaide da Silva Paiva, 1962.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Na última gaveta...

Villa de Cintra
Gravura, s.d.

mitos & milho-rei

Maia

Mitologia Greco-Romana é ninfa das chuvas, a mais bela das sete Pléiades, filhas de Atlas e de Pléione, foi amada por Júpiter.
Ela e suas seis irmãs foram transformadas em estrelas, porque seu pai, indiscretamente, quis ler o segredo dos deuses.
O seu grupo forma o signo das Pleiades, na constelação de Touro.
Entre os romanos, a Maia grega confundia-se com a divindade indígena homônima: deusa do crescimento. Na terminologia hindu, era a matéria primordial e, mais tarde, a ilusão enganadora ou a energia criadora dos deuses.
Maia figura superior com que os deuses constroem o universo.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Da janela norte...

envolta - na volta - da volta - em volta

Ao entardecer...

A Filosofia Do Amor

Correm as fontes ao rio
os rios correm ao mar;
num enlace fugidio
prendem-se as brisas no ar...
Nada no mundo é sózinho:
por sublime lei do Céu,
tudo frui outro carinho...
Não hei-de alcançá-lo eu?

Olha os montes adorando
o vasto azul, olha as vagas
uma a outra se osculando
todas abraçando as fragas...
Vivos, rútilos desejos,
no sol ardente os verás:
- Que me fazem tantos beijos,
se tu a mim mos não dás?

Percy Bysshe Shelley (1792-1822)
Trad. de Luiz Cardim

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Outra janela...

teu azul/meu verde

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

voz do povo

Não há mar bravo que não amanse.

Da janela sul...

longe vai a faina...

Ao anónimo...

Nenhuma frase ou palavra colocada por mim no post anterior, afirma que A Casa de Maio foi eleita como o Melhor Blog Feminino de 2006.
O que é referido, e que eu agradeço, foi a demostração de apreço por parte de um Amigo da Casa: Mister Minder, que elegeu/escolheu este blog como seu preferido, ao participar na votação dos Melhores Blogs de 2006.
Dúvidas?

Maria Pedrógão.

domingo, 10 de dezembro de 2006

A todos...

A Casa de Maio, ou melhor a Maria P. ficou sem palavras perante o carinho demonstrado por um Amigo:
It takes two to tango :

Após alguma ponderação e apesar de ter manifestado a minha intenção de me abster na votação para os Melhores Blogs de 2006 organizada pelo Geração Rasca , sempre aqui vou deixar a minha votação. Singelinha, mas cá vai:



Melhor blog feminino: Casa de Maio.

Melhor blog masculino: We have kaos in the garden.

Melhor blog colectivo: Bitaites.

Melhor blog temático: A cidade surpreendente.

Melhor blogger: abstenho-me.

Obrigada Mister Minder! Um enorme beijinho.
Maria Pedrógão.

mitos & milho-rei

Cronos

Na mitologia greco- romana, simboliza o tempo, Cronos geralmente é representado sob a forma de um ancião, curvado ao peso dos anos, erguendo, na mão uma foice, porque o tempo ceifa todos os seres. Apresenta-se alado, para indicar a sua marcha rápida.
Alguns artistas colocam-lhe, na mão, uma ampulheta, porque os antigos se serviam deste instrumento, como relógio, para a medida do tempo.
Podemos vê-lo também apresentando uma serpente, disposta em círculo, emblema da eternidade, que não tem começo nem fim...

Outra janela...

Um minuto...

sábado, 9 de dezembro de 2006

Ao entardecer...

Um Minuto

É quando a noite encerra
E o nevoeiro aparece,
Que abrimos a janela.
Avistamos o lado da rua,
Candeeiro de luz amarela.
Num instante, sem sabermos,
A solidão comprime
Aurículas e ventrículos,
A força vacila, o olhar
Perscruta e o presente
Ressente-se,
Entra o frio.
Num cigarro uma baforada,
Passa um segundo,
Um minuto neste mundo.

A Casa de Maio roubou ao Tiago Galveia, blogue:
Palavras Previamente Ensaiadas

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Pelo mar...

brutal invasão

Ao amanhecer ...

A mulher feliz

Está de pé sobre as brancas dunas. As ondas conduziram-na
e os ventos empurraram-na. Está ali, na perfeição redonda
da oferenda. E como que adormece no esplendor sereno.
Diz luz porque diz agora e és tu e sou eu, num círculo
só. Está embriagada de ar como uma forte lâmpada.

É uma área de equilíbrio, de movimentos flexíveis,
um repouso incendiado, a vitória de uma pedra.
Abrem-se fundas águas e um novo fogo aparece.
Que lentas são as folhas largas e as areias!
Que denso é este corpo, esta lua de argila!

Nua como uma pedra ardente, mais do que uma promessa
fulgurante, a amorosa presença de uma mulher feliz.
Nela dormem os pássaros, dormem os nomes puros.
Agora crepita a noite, as línguas que circulam.
Crescem, crescem os músculos da mais íntima distância.

António Ramos Rosa

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Outra janela...



atravessar

hesitar

ficar

Ao meditar...

O Saber da Experiência

É sempre melhor comprovar as coisas pela experiência do que apenas saber. Porque se se depende da adivinhação ou suposição ou de conjecturas, nunca se fica educado. Há coisas que não podemos descobrir mas nunca perceberemos se são desse tipo se não experimentarmos.
Pois é, temos de ser pacientes e perseverar na experiência até compreendermos que não podemos compreender.
E é maravilhoso quando assim é, torna o mundo tão interessante. Se não houvesse nada para descobrir seria uma chatice. Só mesmo o tentar descobrir e não conseguir é tão interessante como o tentar descobrir e consegui-lo, se calhar até mais, não sei...

Mark Twain, in «O Diário de Adão e Eva»

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

Na última gaveta...



Sintra, Calçada do Rio do Porto.
Gravura, s.d.

Ao anoitecer...

A cavalo no vento

A cavalo no vento sobrevoo
o destino sombrio deste porto,
aonde um rio vem morder o vulto
do mar confuso.

Ó mar despedaçado,
mordido em tanto flanco, o sobressalto
dos teus ombros nervosos já sacode
a terra toda!

E para quê mais portos
agressores, estaleiros rancorosos,
onde em surdina e sombra se conspira
contra a vida. . .?

. . . Contra a vida do mar e o seu poder
que só um corpo nu deve merecer!

David Mourão-Ferreira

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Da janela sul...

Bruscamente neste Outono...

Aforas

Gosto de sentir a vida como uma roda-gigante, com muitos eixos. Um dia acordo e estou no eixo certo da roda; outro dia adormeço e estive num eixo normal que roda. Mas há dias que nem o raio da roda encontro! Gigante!

domingo, 3 de dezembro de 2006

A todos...

um canto no recanto da Casa de Maio

... era uma vez

São mais as vozes que as nozes!

«A forma primitiva do provérbio é outra. Com varas batem-se as nogueiras, faz-se grande estardalhaço e às vezes as nozes que caem são poucas. Ao fragor demasiado não correspondem os poucos frutos que se colhem. Daí o dizer-se É mais o ruído que as nozes.
O que ainda agrava este caso, é que ao partir as nozes o ruído é grande e o miolo por vezes não há. Somadas as razões é verdade que é mais o ruído do que a noz, ou como diz o poeta dos Ratos da Inquisição:
"Mais são as vozes que as nozes
P'ra mim n'esta ocasião... "»

Explicação da origem do provérbio pelo filólogo brasileiro João Ribeiro.

sábado, 2 de dezembro de 2006

1 2 3, diz outra vez!

Pintassilgo

Amanhã é Domingo
Cantará o pintassilgo
Pintassilgo é dourado
Não tem um burro nem cavalo
Tem uma burrinha cega
Que chega daqui a castela
Castelinha, castelão
Minha avó deu-me pão
P’ra mim e p’ró meu cão

Lenga-lenga tradicional.

Da janela sul...

em busca do Azul...

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

mitos & milho-rei

Santiago e Caio

Nos idos de 44 da era de Jesus Cristo, passeava pela praia de Matosinhos um ilustre cavaleiro da Maia, Caio Carpo Palenciano, com a sua mulher Claudina. Cavalgavam pelo areal quando avistaram uma barca que se dirigia para norte. O cavaleiro e a dama pararam para apreciar a embarcação, quando inexplicavelmente o cavalo de Caio galopou para dentro do mar, apesar de este o tentar evitar.
Obrigado por uma força desconhecida cavalo e cavaleiro imergiram no mar e desapareceram para ressurgirem perto da barca, para onde subiram cobertos de vieiras.
Quando perguntou à tripulação o motivo deste fenómeno e qual a razão da sua viagem, estes explicaram que eram discípulos cristãos de um homem chamado Tiago. Tinham fugido de grandes perseguições, levando o corpo do seu Mestre para terras de Espanha, onde Tiago tinha pregado o Evangelho. Segundo estes homens, o fenómeno ocorrido com Caio e o seu cavalo poderia ser explicado pelo facto de ele ser um escolhido de Nosso Senhor.
As vieiras eram o sinal de Santiago queria ver Caio abraçar a lei de Deus. Comovido, Caio foi ali mesmo baptizado com água do mar e, quando voltou para junto da sua dama, confessou o extraordinário feito de Santiago.
As vieiras ficaram a fazer parte do brasão da nobre família Pimentel de Trás-os-Montes, descendentes, segundo se crê, de Caio Carpo Palenciano.

Outra janela...

véu-de-luz

quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Ao anoitecer...

Nada mudou. Ao fim de tantos anos, o meu
passado é ainda o mesmo passado - nenhum
rosto diferente para desviar o rio da memória,
nenhum nome depois. Para te esquecer,

devia ter partido há muito tempo, como viajam
as aves de verão em verão. E tentei; mas as malas
abertas sobre a cama eram livros abertos, e eu
nunca fechei um livro antes do fim. Por ter

ficado, nada mudou jamais - e o meu passado é
ainda o nosso passado; e o rosto que tinha antes
de me deixares é o que o espelho me devolve no
presente - embora os outros me digam que o

que vêem na superfície fria desse lago é um vinco
na água, uma mulher muito mais velha do que eu.

Maria do Rosário Pedreira
Nenhum Nome Depois

Ao amanhecer ...

para ti...

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Ao adormecer...

As palavras estão muito ditas
e o mundo muito pensado.
Fico ao teu lado.

Não me digas que há futuro
nem passado.
Deixa o presente — claro muro
sem coisas escritas.

Deixa o presente. Não fales,
Não me expliques o presente,
pois é tudo demasiado.

Em águas de eternamente,
o cometa dos meus males
afunda, desarvorado.

Fico ao teu lado.

Cecília Meireles

Coisas do sótão...


Colecção Particular.

voz do povo

Quem sabe amar, sabe castigar.

terça-feira, 28 de novembro de 2006

Da janela sul...

no tempo, no espaço...o saber ancorar

Ao meditar...

Dá Tempo à Tua Vocação

Nunca dês ouvidos àqueles que, no desejo de te servir, te aconselham a renunciar a uma das tuas aspirações. Tu bem sabes qual é a tua vocação, pois a sentes exercer pressão sobre ti. E, se a atraiçoas, é a ti que desfiguras.
Mas fica sabendo que a tua verdade se fará lentamente, pois ela é nascimento de árvore e não descoberta de uma fórmula. O tempo é que desempenha o papel mais importante, porque se trata de te tornares outro e de subires uma montanha difícil. Porque o ser novo, que é unidade libertada no meio da confusão das coisas, não se te impõe como a solução de um enigma, mas como um apaziguamento dos litígios e uma cura dos ferimentos.
E só virás a conhecer o seu poder, uma vez que ele se tiver realizado. Nada me pareceu tão útil ao homem como o silêncio e a lentidão. Por isso os tenho honrado sempe como deuses por demais esquecidos.

Antoine de Saint-Exupéry, in «Cidadela»

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Outra janela...

foi Alentejo...

Ao adormecer...

Cantilena Para Um Tocador de Flauta Cego

Flauta da noite que se cerra,
Presença líquida de um pranto,
Todos os silêncios da terra
São as pérolas do teu canto.

Espalha teu polén na alfombra
Do catre que por fim te acoite
Mel de uma boca de sombra
Como um beijo na boca da noite

E pois que as escalas que cansas
Nos dizem que o dia acabou,
Faz-nos crer que os céus dançam
Porque um cego cantou.

Marguerite Yourcenar (1903-1987)
Trad. de Mário Cesariny

domingo, 26 de novembro de 2006

Outra janela...



5
mais

2
quebrados

... era uma vez

Números rituais - 7

O número sete aparece várias vezes dotado de carácter ritual: Deus criou o mundo em sete dias; por sete anos Jacó trabalhou para Labão, pai de Lia e de Raquel, para as poder receber como esposas; sete as pragas enviadas por Javé contra os egípcios, até que estes deixassem partir os filhos de Israel.
Sete os dias da semana, quando a maioria (ou todos) preferia apenas dois, Sábado e Domingo!

Ao amanhecer ...

...pelo verde vagabundear

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

A todos...

Prosseguindo com a magnífica aventura do jogo Fotodicionário o blog:
Palavra Puxa Palavra desafiou todos a apresentarem uma fotografia para a palavra UTOPIA.

Assim participou a Casa de Maio:



Amores Perfeitos = Utopia

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

1 2 3, diz outra vez!

A minha casinha

Fiz uma casinha
de chocolate,
tapei-a por cima
com um tomate.

Pus-lhe uma janela
de rebuçado
e mais uma porta
de pão torrado.

Pus-lhe um chupa-chupa
na chaminé;
a fazer de neve,
açúcar pilé.

A minha casinha,
bem saborosa...
comi-a ao almoço.

Sou tão gulosa!

A minha Casinha
Luísa Ducla Soares

Da janela norte...

alguém se esqueceu de ti...

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Ao adormecer...

É à noite que vens estranha figura
com teus passos doces, inquietantes
e me abres caminhos extenuantes
a arrastar-me indefesa na loucura.

Então, há labaredas que me comem
e vem o sonho prenhe de ilusões
e a minha alma treme em convulsões,
em prazeres loucos que não há no homem.

E há um desencontro de sensações
e há danças fulgurantes de clarões
e há momentos místicos de euforia.

Tenho medo da noite e de mim,
sou um ser sem começo e sem fim
quando tu me possuis, ó poesia.

Luísa Beltrão

terça-feira, 21 de novembro de 2006

20.000

a ti

a ti... e a ti...

para ti... e para ti...

claro a ti... e a ti...

sem me esquecer de ti... e de ti...

O meu agradecimento a todos pelas visitas à Casa de Maio.

Grata,

Maria P.

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Ao meditar...

O Tempo

O tempo é a única prova segura de tudo. Não só é o crítico mais severo; é o crítico recto e preciso. Ninguém pode julgar do valor disto ou daquilo num momento, porque só o tempo o pode fazer. O tempo dar-lhe-á o valor que merece. (...) Nunca se deixe enganar pelo calendário. O ano só tem os dias que sabe empregar bem. Uma pessoa pode ter num ano o valor de uma semana, enquanto outra tira o valor de um ano inteiro em uma semana.

Alfred Montapert, in «A Suprema Filosofia do Homem»

Na última gaveta...

Gravura, s.d.

domingo, 19 de novembro de 2006

Ao anoitecer...

Noite de Saudade

A Noite vem poisando devagar
Sobre a Terra, que inunda de amargura...
E nem sequer a benção do luar
A quis tornar divinamente pura...

Ninguém vem atrás dela a acompanhar
A sua dor que é cheia de tortura...
E eu oiço a Noite imensa soluçar!
E eu oiço soluçar a Noite escura!

Porque és assim tão escura, assim tão triste?!
é que, talvez, ó Noite, em ti existe
Uma saudade igual à que eu contenho!

Saudade que eu sei donde me vem...
Talvez de ti, ó Noite!... Ou de ninguém!...
Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!

Florbela Espanca

Outra janela...

arca-a-noite

sábado, 18 de novembro de 2006

Aforas

O medo. Tenho imenso medo do medo, não da consequência.

Da janela sul...

o meu sítio

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

mitos & milho-rei

Amor

Mitologia Greco-Romana

Cupido dos romanos e Eros dos gregos. Deus brincalhão, astuto, cruel e impiedoso, tiraniza os deuses e os homens, e se diverte com as suas vítimas. Filho de Marte e de Vênus, e esposo de Psiquê, espalha sobre a terra a vida, a alegria, e a fecundidade.
Impera no coração humano e em toda a natureza: é a misteriosa força de afinidade universal, que atrai os elementos e seres, unindo-os, em íntima harmonia, para a maravilhosa obra da geração da vida.
Por sua mágica influência, tudo surge do Caos e da Terra. Os artistas representam-no dotado de asas e armado de flechas e setas fatais, que atravessam os corações, ou de facho que os devora.
Tem sido e será sempre manancial fecundo das mais ardentes inspirações dos poetas.

Outra janela...

rosa-a-luz

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Ao adormecer...

Onde quer que o encontres -
escrito, rasgado ou desenhado:
na areia, no papel, na casca de
uma árvore, na pele de um muro,
no ar que atravessar de repente
a tua voz, na terra apodrecida
sobre o meu corpo - é teu,

para sempre, o meu nome.

Maria do Rosário Pedreira
Nenhum Nome Depois

Pela serra...

renascença

voz do povo

Arde o fogo segundo a lenha do bosque!

Pérolas & Berloques I

Por: Alphonse Mucha (1860-1939)

terça-feira, 14 de novembro de 2006

Ao meditar...

Parece que até hoje a matemática tem sido a ciência perfeita. Consegue até exprimir as relações entre os objectos...mas que ciência seria capaz de exprimir numa fórmula as relações entre homens? Que é a história de um homem senão uma aproximação? Basta que façamos um erro, que tomemos uma direccção enganosa e eis-nos perdidos. Todos os cálculos saíram errados.

in,
«JAMAIS» Elsa Triolet
Cap. XII;p.177.

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Na Teia...parte II

...do jogo das 5 manias, fui apanhada pelo Tiago do blog: Palavras Previamente Ensaiadas .

Aqui estão algumas:

1 - Comprar flores à sexta-feira;
2 - Lamber a colher do café;
3 - Coleccionar caixas e caixinhas;
4 - Fazer um doce ao sábado;
5 - Vestir-me de azul nos dias marcantes.

Agora vou tentar apanhar na minha teia mais cinco que devem passar o jogo a outros cinco!

Chá de Rosas

O Murmúrio das Ondas

O Sítio do Poema

Palavra Puxa Palavra

Pitanga Doce

domingo, 12 de novembro de 2006

Da janela sul...

passos-perdidos

Ao anoitecer...

Desespero

Não eram meus os olhos que te olharam
Nem este corpo exausto que despi
Nem os lábios sedentos que poisaram
No mais secreto do que existe em ti.

Não eram meus os dedos que tocaram
Tua falsa beleza, em que não vi
Mais que os vícios que um dia me geraram
E me perseguem desde que nasci.

Não fui eu que te quis. E não sou eu
Que hoje te aspiro e embalo e gemo e canto,
Possesso desta raiva que me deu
A grande solidão que de ti espero.

A voz com que te chamo é o desencanto
E o espermen que te dou, o desespero.

José Carlos Ary dos Santos

sábado, 11 de novembro de 2006

voz do povo

No dia de S. Martinho não falta na adega nem o pão nem o vinho!

Pela serra...

azul-mor...previamente ensaiado

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Ao meditar...

«Quero escrever neste diário tudo o que penso, tudo o que sinto. Mas a gente nunca escreve tudo o que pensa, tudo o que sente. Por que será que só somos sinceros pensado?
Preciso de ter um diário porque não tenho com quem conversar. No diário, é como se eu estivesse a conversar comigo mesma. Assim, tenho a impressão de que sou menos só.Que é que tenho para contar? O dia está bonito. Estamos no Outono. No pátio da minha casa, tem uma paineira florida. Bonito! Uma professora formada dizendo "tem uma paineira".
O direito é "há uma paineira". Mas fica tão pedante...Por que será que a gente nunca escreve como fala? Bom, mas a verdade é que ninguém vai ler o meu diário.
E se eu morrer? Se eu morrer, depois da missa do sétimo dia, a mamã toda de preto vem, chorando, reunir as minhas coisas. Encontra este livro, abre, lê, e fica sabendo todos os meus segredos.
Não. Preciso de destruir este diário antes de morrer. O pior é que a gente nunca sabe quando vem a hora da morte

in, "Musica ao Longe" de Erico Veríssimo, Cap.II, p.15.

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

Outra janela...

empossado...

mitos & milho-rei

Horas

Filhas de Júpiter e de Temis, eram delicadas virgens que, ornadas de colares de ouro e enfeitadas de flores e frutos, presidiam às estações do ano. Acompanhavam os grandes deuses e alguns heróis, abriam e fechavam as portas do Céu, e cuidavam do coche e dos cavalos do Sol.
Eram três: Eunómia - a boa ordem, Dicéa - a justiça e Irene - a paz.
Quando os gregos dividiram o dia em doze partes iguais, os poetas elevaram o seu número para doze, todas ao serviço de Júpiter, e as denominaram: doze irmãs.
Reunidas, formam um coro com as musas, as graças e com a harmonia para, juntas, saudarem o nascer do dia.
São representadas como dançarinas, com asas de borboleta, tendo a cabeça coroada de folhas de palmeira.

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Aforas

Quedar

Não gosto

(mas preciso)

de pensar que um dia

(neste momento)

ficarei só

(em ruína)

porque não soube

(não quis)

escolher o caminho

(o ser)

terça-feira, 7 de novembro de 2006

Outra janela...


verdazul

Ao adormecer...

Lembra-te

Lembra-te
que todos os momentos
que nos coroaram
todas as estradas
radiosas que abrimos
irão achando sem fim
seu ansioso lugar
seu botão de florir
o horizonte
e que dessa procura
extenuante e precisa
não teremos sinal
senão o de saber
que irá por onde fomos
um para o outro
vividos

Mário Cesariny

segunda-feira, 6 de novembro de 2006