domingo, 19 de novembro de 2006

Ao anoitecer...

Noite de Saudade

A Noite vem poisando devagar
Sobre a Terra, que inunda de amargura...
E nem sequer a benção do luar
A quis tornar divinamente pura...

Ninguém vem atrás dela a acompanhar
A sua dor que é cheia de tortura...
E eu oiço a Noite imensa soluçar!
E eu oiço soluçar a Noite escura!

Porque és assim tão escura, assim tão triste?!
é que, talvez, ó Noite, em ti existe
Uma saudade igual à que eu contenho!

Saudade que eu sei donde me vem...
Talvez de ti, ó Noite!... Ou de ninguém!...
Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!

Florbela Espanca

9 comentários:

Pitanga Doce disse...

Florbela Espanca era a própria saudade:
Ódio seria em mim saudade infinita,
Mágoa de o ter perdido, amor ainda
Ódio por ele? Não...não vale a pena.

beijos e o domingo se foi

Anónimo disse...

Belissima escolha(¯`♥’´¯)
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bettips disse...

Mando-te um beijinho, de água e poesia. Florbela é pungentemente mulher.

RPM disse...

Maria P.!

Feliz dia e semana para ti....

coisas bonitas e quanto ao medo, eu também tenho medo do medo.....

beijinho

RPM

LuzHarmonia disse...

Florbela Espanca...
Gosto muito mesmo.
Obrigada por me fazeres recordar.
Beijos de Luz

Joker disse...

Nem eu!

Cheers

Salvador disse...

Unica...

bjs

Maria P. disse...

Uma boa semana para todos:)

Clotilde S. disse...

Querida Maria,
Obrigada por mais uma vez nos teres brindado com a Florbela espanca. :))

Beijinhos