quinta-feira, 31 de agosto de 2006

Outra janela...

o meu romance não precisa de castelos

Outra janela...


vilavelha

Aforas

Eu gosto do final do dia, junto ao mar, uma esplanada, longe o sussurro das ondas e uma morna de sol, dois cafés, um copo de água para partilhar...

quarta-feira, 30 de agosto de 2006

Da janela norte...

campoVerde - o oposto

Ao anoitecer...

Senhor poeta...

Meu amor é marinheiro,
E mora no alto mar,
Seus braços são como o vento,
Ninguém o pode amarrar.

Senhor poeta,
Vamos dançar,
Caem cometas,
No alto mar.

Cavalgam Zebras,
Voam duendes,
Atiram pedras,
Arrancam dentes.

Senhor poeta...
Soltam as velas,
Vamos largar,
Caem cometas,
No alto mar.

Fado de Coimbra
Música: Zeca Afonso (?)
Letra: António Barahona; Manuel Alegre

terça-feira, 29 de agosto de 2006

Da janela sul...

campoVerde

mitos & milho-rei

CÁRMEN

Cigarreira, cigana, ladra, batoteira, sedutora, vítima, Cármen tem um lugar assegurado nas rendas da mitologia. Cantada em todos os teatros, bailada em danças incontáveis, filmada, adaptada às tradições ou ao contemporâneo, como cigana sevilhana ou Carmen Jones, esta mulher entrou na nossa linguagem corrente.
Com uma rosa na boca, as castanholas repicando por cima da cabeça e o punhal à cintura, esta jovem morena atravessou as fronteiras com a mesma ousadia com que enganava as sentinelas de Granada e Málaga.
O jogo entre a paixão fatal e a ânsia da liberdade cigana, espelha uma figura sedutora e bela, símbolo que transgride todos os laços sociais e morais.
A decidida cigana deixa-nos admirados com a coragem selvagem e alegre com que vive a vida, e essa arrogância quase demoníaca em defesa da sua liberdade, que a leva à morte.

Cármen, mulher de feitiços!

domingo, 27 de agosto de 2006

sábado, 26 de agosto de 2006

Pelo mar...

convivências

Ao amanhecer ...

FADO

Dizem os ventos que as marés não dormem esta noite.
Estou assustada à espera que regresses: as ondas já
engoliram a praia mais pequena e entornaram algas
nos vasos da varanda. E, na cidade, conta-se que
as praças acoitaram à tarde dezenas de gaivotas
que perseguiram os pombos e os morderam.

A lareira crepita lentamente. O pão ainda está morno
à tua mesa. Mas a água já ferveu três vezes
para o caldo. E em casa a luz fraqueja, não tarda
que se apague. E tu não tardes, que eu fiz um bolo
de ervas com canela; e há compota de ameixas
e suspiros e um cobertor de lã na cama e eu

estou assustada. A lua está apenas por metade,
a terra treme. E eu tremo, com medo que não voltes.


Maria do Rosário Pedreira
A Casa e o Cheiro dos Livros

sexta-feira, 25 de agosto de 2006

quinta-feira, 24 de agosto de 2006

Pelo...

DIAFRAGMA

Maria P.,
Como o meu é um FOTOBLOG e não tem textos, tomo a liberdade de pousar aqui as minhas etiquetas, desde já com as minhas desculpas e agradecimentos.E elas são, por ordem alfabética:

1) Casa de Maio: pelo encanto
(http://casademaio.blogspot.com/)

2) Herético: pela controvérsia
(http://relogiodependulo.blogspot.com/)

3) Leilão de pensamentos: pela pintura (http://leilaodepensamentos.blogspot.com/)

4) Palavras ao vento: Pela qualidade(http://soprarpalavrasaovento.blogspot.com/)

5) Plingrafias: pela divulgação da fotografia
(http://plingrafias.blogspot.com/)

6) Vida de vidro: pela sensibilidade
(http://vidadevidro.blogspot.com/)

Etiquetas

O Amigo da Casa que é autor do blog Relógio de Pêndulo de uma forma simpática brindou-me e convidou-me a participar no jogo que círcula na blogoesfera: O Jogo de Etiquetas. Não quero quebrar esta corrente de simpatias, aceito participar e passar a bola.

Convoco alguns Amigos da Casa a jogarem:


Diafragma - pela beleza das fotografias.

Dovoar - pelo sentimento da poesia.

Eu gosto - pelo gosto na originalidade.

Palavra Puxa Palavra - pela boa iniciativa.

O Observatório - pela clareza no debate.

Sem Discussão - pelas boas descobertas.
No jogo pedem também "etiquetas" sobre nós, essas não preciso dizer os Amigos da Casa já me conhecem.
A todos um bom jogo e obrigada pela colaboração voluntária.

quarta-feira, 23 de agosto de 2006

Da janela sul...

degraus vagabundos

Aforas

Eu gosto de passear pela baixa de Lisboa, nos dias frios, sentir o sol a bater na cara, sentir o cheiro da castanha assada e dar a mão.

terça-feira, 22 de agosto de 2006

Na última gaveta...

Pretéritos Perfeitos

Ao adormecer...

Bebido o luar

Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.

Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.

Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver.

Sophia de M. B. Andressen

segunda-feira, 21 de agosto de 2006

Da janela norte...

falsas ou...verdadeiras

mitos & milho-rei

Hermes

Hermes, filho de Zeus e da ninfa Maia, filha de Atlante, é um dos deuses olímpicos mais popular. Nascido na montanhosa Arcádia, região de pastores, acaba por ser um deus pastoril, mas também muito vagabundo e sociável.
É uma divindade amável, de características muito singulares: pouco depois de nascer soube escapar do berço e roubar as vacas de Apolo, com habilidade apagou o rasto; matou uma tartaruga para construir uma lira; inventou o fogo, esfregando dois paus; voltou a esconder-se no berço, mentiu ao ser acusado por Apolo e, por fim, reconciliou-se entre risos com ele e foi admitido entre os deuses.
Enfim, é protector dos caminhantes, e também dos ladrões astuciosos, ao mesmo tempo que é benfeitor dos rebanhos e condutor das almas nas suas peregrinações.

Um deus com pluriemprego!

domingo, 20 de agosto de 2006

Da janela sul...

entre o Céu e a Terra

Ao adormecer...

O teu nome

Flor de acaso ou ave deslumbrante,
Palavra tremendo nas redes da poesia,
O teu nome,como o destino,chega,
O teu nome,meu amor,o teu nome nascendo
De todas as cores do dia!

Alexandre O'Neill

Pelo jardim...



a rosa

que eu

te dei

desabrochou

1 2 3, diz outra vez!

Arre burrinho

Arre burrinho
Sardinha assada
Com pão e vinho
Arre burrinho
De Nazaré
Uns a cavalo
Outros a pé
Arre burrinho
Para Azeitão
Que os outros
Já lá vão
Carregadinhos
De feijão

Lenga-lenga tradicional.

sábado, 19 de agosto de 2006

Pelo campo...


enleio

... era uma vez

A lenda do Mau Agouro

O POVO ACREDITA que se uma pessoa fala constantemente numa palavra infeliz, atrai as energias negativas. As palavras ditas geralmente são: desgraça, maldito, inferno e outras mais.

No Bairro de São Sebastião, existia um homem chamado Zé Redes que constantemente praguejava. Era um pescador muito corajoso que não tinha medo de nada. Toda madrugada era chamado pelo seu amigo Manel para pescar. Manel todos dias chamava os pescadores, de casa em casa, para saírem para o mar.
Certa noite de lua cheia, indo chamar Zé Redes, que era mestre de rede, apareceu a sua frente um homem estranho. Por mais que Manel andasse para alcançar o homem todo vestido de preto, a mesma distância continuava entre os dois. Estranho!
Saindo da rua principal, dobrando a esquina, o homem de preto ia na mesma direcção de Manel... estavam na rua do Fogo, perto da casa do Zé Redes.
Quando Manel chegou frente à casa do amigo, a figura humana desapareceu. Melhor assim.
Zé Redes gostava de ser chamado delicadamente, assim não perdia o bom humor. Sabendo isso, Manel olhou por um buraco na parede de barro, para chamá-lo, em voz baixa.
Meu Deus! O que é isso?
No quarto do Zé Redes, estava o homem de negro com os dedos na seu pescoço a tentar matá-lo!
Assustado, Manel chamou o amigo aos gritos. Zé Redes deu um pulo da cama, preparado para brigar, meio acordado, não entendendo nada. O homem de negro sumira.
CONTAM QUE o homem de negro nada mais era do que a "desgraça" que tinha vindo buscar Zé Redes, pois vivia chamando-a para levá-lo para o outro mundo. Nessa noite, veio buscá-lo para a morte, mas ele foi salvo pelo amigo Manel.
Zé Redes nunca mais praguejou.

sexta-feira, 18 de agosto de 2006

Pelo jardim...



a rosa

que eu

te dei

Ao entardecer...

E tudo era possível

Na minha juventude antes de ter saído
de casa de meus pais disposto a viajar
eu conhecia já o rebentar do mar
das páginas do livros que já tinha lido
Chegava o mês de maio era tudo florido
o rolo das manhãs punha-se a circular
e era só ouvir o sonhador falar
da vida como se ela houvesse acontecido
E tudo se passava numa outra vida
e havia para as coisas sempre uma saída
Quando foi isso? Eu próprio não o sei dizer
Só sei que tinha o poder de uma criança
entre as coisas e mim havia vizinhança
e tudo era possível era só querer

Ruy Belo

quinta-feira, 17 de agosto de 2006

A todos...

Apetece-me navegar, navegar...


...soltar a corda, o leme pegar


...o sino tocar! Um dia regressar.

quarta-feira, 16 de agosto de 2006

Da janela sul...

Estremoz, meu Alentejo.

mezinhar...

Pessegueiro
Prunus persica

As folhas, as flores e a amêndoa do caroço contém uma substância química geradora de àcido cianídrico, pelo que não devem ser consumidas.
No entanto o xarope de flores de pessegueiro: cinco flores numa taça cheia de açúcar com algumas gotas de água, continua a ser receitado como sedativo em doses rigorosas.
Adenda:
O pessegueiro não se encontra em parte alguma no seu estado espontâneo. É cultivado na China desde tempos imemoriais. Muito tempo depois de ter atingido o Médio Oriente pela rota das caravanas, o pessegueiro foi introduzido na Grécia pelos soldados de Alexandre Magno.
As pinturas murais de Pompeia, Itália, são um testemunho do seu desenvolvimento. Actualmente, tornou-se uma das árvore frutíferas que mais se cultiva no globo.
Famosos e bons os pêssegos de pele lisa ou carecas.

Ao entardecer...

tomba o Sol sobe a Lua

terça-feira, 15 de agosto de 2006

Ao adormecer...

O Anel de Vidro

Aquele pequenino anel que tu me deste,
– Ai de mim – era vidro e logo se quebrou…
Assim também o eterno amor que prometeste,
- Eterno! era bem pouco e cedo se acabou.

Frágil penhor que foi do amor que me tiveste,
Símbolo da afeição que o tempo aniquilou,
Aquele pequenino anel que tu me deste,
– Ai de mim – era vidro e logo se quebrou…

Não me turbou, porém, o despeito que investe
Gritando maldições contra aquilo que amou.
De ti conservo no peito a saudade celeste…
Como também guardei o pó que me ficou
Daquele pequenino anel que tu me deste…

Manuel Bandeira

Coisas do sótão...

A todos...

O blog:
Palavra Puxa Palavra

Organiza um fantástico jogo: O Fotodicionário é uma iniciativa que visa a publicação de imagens subordinadas a uma palavra, neste caso - Fantasia.
As regras do jogo estão no blog referido.

A Casa de Maio participou, e aplaude a ideia.

Pelo campo...

4 caminhos

... era uma vez

A lenda da Caparica

Reza a história que havia um velho pescador que vivia sozinho numa pequena cabana junto à praia, construída por ele próprio.
Quando o tempo o permitia, dedicava-se à faina da pesca, vendendo o pescado na aldeia, onde era uma pessoa bastante estimada. Quando o tempo mudava de feição, o velho pescador consertava as suas redes e, se o tempo arrefecia, embrulhava-se e protegia-se numa velha capa, já muito remendada.
Certa vez, o pescador dirigiu-se à povoação mais próxima e procurou um notário para ditar o seu testamento, legando, após a sua morte, a capa à sua aldeia e, com a quantia por esta conseguida, que fosse erigido um monumento aos pescadores.
Com o correr do tempo, esta ideia, caiu no esquecimento geral, mas com o falecimento do velho pescador, um seu vizinho foi buscar a capa, encontrou-a por demais pesada e, verificando tal estranho acontecimento, descobriu que por debaixo de cada remendo estava uma moeda de ouro. Tantas eram as moedas, que foi possível construir um excelente monumento em honra dos pescadores, como tinha sido desejo do pescador.
Os habitantes da povoação afirmavam que o bom pescador não tinha escarnecido deles e que, ao invés de uma capa pobre, ele possuía uma capa-rica.

segunda-feira, 14 de agosto de 2006

Da janela norte...

elo

1 2 3, diz outra vez!

Lagarto Pintado

Lagarto pintado
Quem te pintou?
Foi uma velha que aqui passou
No tempo da eira
Fazia poeira
Puxa lagarto
Por aquela orelha!

Lenga-lenga tradicional.

Na última gaveta...



em festa









Nazaré, s.d.

domingo, 13 de agosto de 2006

Ao adormecer...

Os amantes aparecem no verão, quando os amigo partiram
para o sul à sua procura, deixando um lugar vago
à mesa, um bilhete entalado na porta, as plantas,
o canário, um beijo e um livro emprestado: a memória
das suas biografias incompletas. Os amigos

desaparecem em agosto. Consomem-nos as labaredas do sol
e os amantes que chegam ao fim da tarde
jantam e de manhã ajudam a regar as raízes das avencas
que os amigos confiaram até setembro, quando regressam

trazem saudades e um romance novo debaixo da língua.
Levam um beijo, os vasos, as gaiolas e os amantes
deixam um lugar vago na memória, cabelos na almofada,
uma carta, desculpas, e um livro de cabeceira que os
amigos lêem, pacientes, ocupando o seu lugar à mesa.

Maria do Rosário Pedreira
A Casa e o Cheiro dos Livros

Pelo jardim...








Primavera em Agosto...



sábado, 12 de agosto de 2006

Pelo mar...


olho-vivo... ou nesga de luz

Ao amanhecer ...

Versos

Tão cego
apesar da felicidade da vista
tão surdo
apesar do privilégio do ouvido

Uma folha ao vento só tu na romanza
o pássaro na rede Na chuva um cantar
um verme na rosa na esperança uma armadilha
lágrimas na garganta Nas tuas palavras sangue

Tão cego
apesar da felicidade da vista
tão surdo
apesar do privilégio do ouvido.


Frantisek Halas
Trad. de Ernesto Sampaio

Aforas

Nunca me perco na cidade,
mas, alguém mudou a minha rua.

sexta-feira, 11 de agosto de 2006

Pelo jardim...

rosa-solidão

mitos & milho-rei

Romeo y Julieta - um charuto

Por estranho que pareça é num amor impossível que se inspirou o criador de um dos Habanos mais famosos: Romeo y Julieta, estes charutos caracterizam-se por oferecer um amplo leque de possibilidades, prazer, suavidade e desejo por mais um. Com boa combustão, graças às dimensões e a forma do charuto, nos quais o apreciador encontra um verdadeiro romance.
Qualquer Romeo sente-se obrigado a observar e sentir este charuto como se fosse a sua Julieta, e dá-lhe voltas na boca para desfrutar desses traços que o distinguem, de um sabor pleno de cumplicidade.
Se for por acaso uma Julieta, também resulta!


Romeu y Julieta
Ano de Constituição: 1875
Origem do tabaco: Vuelta Abajo
País: Cuba.

quinta-feira, 10 de agosto de 2006

Ao anoitecer...


o peso da lua

Aforas

DIAFRAGMA disse...


DIÁRIO DE SINTRA

Últimas notícias


«Os bombeiros desta localidade foram hoje chamados para retirar uma fotógrafa da janela Sul da Casa de Maio. A referida senhora encontrava-se em risco de vida depois de ter tirado algumas fotos em situação perigosa. Salvaram-se as fotos e a artista.»

Por este e tantos outros comentários que esta Casa recebe, vale a pena correr riscos.
Obrigada.

Da janela sul...


telhados
de
vida







Sintra

quarta-feira, 9 de agosto de 2006

Ao adormecer...

Se eu pudesse dar-te aquilo que não tenho
e que fora de mim jamais se encontra
Se eu pudesse dar-te aquilo com que sonhas
e o que só por mim poderá ter sonhado

Se eu pudesse dar-te o sopro que me foge
e que fora de mim jamais se encontra
Se eu pudesse dar-te aquilo que descubro
e descobrir-te o que de mim se esconde

Então serias aquele que existe
e o que só por mim poderá ter sonhado

Ana Hatherly

Coisas do sótão...

... era uma vez

Lenda do Frade e o Passarinho

Reza a história que em tempos muito afastados, houve um frade, que enquanto rezava o ofício no côro, a sua atenção despertou pelo seguinte versículo da Salmódia :
«Mil anos à vista de Deus são como o dia de ontem que já passou».
Não entendia o frade o significado, pelo que, no fim orou com mais fervor a Deus para que lhe fizesse entender.
Saindo do côro e ao passar no claustro do convento, ouviu o canto de um passarinho que o fez parar. Aquela avezinha voou, pelo que o monge a seguiu na esperança de poder ouvir por mais um tempo, os seus belos cantos. Já um pouco afastado, perdeu de vista a ave que o encantara, facto que lhe causou muita tristeza e exclamou:
- Óh passarinho da minha alma, que tão belo e tão breve foi o teu cantar !
Em seguida regressou ao convento, porém reparou que a porta já não era no mesmo sítio. Achou tudo demasiado diferente e, ao bater, até o guardião do convento lhe parecia extremamente diferente:
- Quem bate e o que deseja, perguntou-lhe o Guardião ?
- Responde o Frade: um irmão e humilde frade deste convento.
- Como, se cá não falta ninguém - respondeu o guardião
- Falta sim ainda à nadinha saí no encalço de um passarinho, cujo o canto eu quis ouvir. Segui-o até à orla da mata e, tão logo se calou, me tornei ao convento. Como pois não me conheceis? ! É verdade também não vos conheço!!
Foi o porteiro chamar o D. Abade a quem narrara, intrigado o caso. Este não se surpreendeu menos e postos a desvendar o mistério, consultando livros e registos, constava o desaparecimento de um frade, mas sobre o qual já haviam passado 300 anos.
Nunca mais dele houvera rastos ou notícias.
Foi então que, concluíram. Ter sido aquele para quem miraculosamente trezentos anos se passaram num momento.
Assim ele compreendeu que para Deus não há diferença de tempo...

terça-feira, 8 de agosto de 2006

Pelo mar...

meia - luz

Praia do Sul , Ericeira.


Ao entardecer...

Amor Antigo

O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o amor antigo, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 7 de agosto de 2006

Na última gaveta...

Malpiqueiros - O Namoro


Malpica do Tejo - Concelho de Castelo Branco, s.d.

1 2 3, diz outra vez!

Debaixo daquela pipa

Debaixo daquela pipa

Está uma pita

Pinga a pipa

Pia a pipa

Pia a pita

Pinga a pipa

Lenga-lenga tradicional.

Da janela sul...


frente & verso


Óbidos



mezinhar...

Amoreira

Planta arbórea, da família das moráceas, estas árvores apresentam folhas caducas e ovadas, sendo, as da amoreira branca verdes claras e macias; e as da amoreia negra verdes escuras com uma textura áspera.

Com as amoras podemos preparar um xarope (uma taça de amoras, 3 colheres de açúcar amarelo,deixar repousar durante 1 hora) que trata a tosse, para isso basta tomar uma colher (de café) no intervalo das refeições, e ao deitar.
Com as folhas podemos tratar as inflamações na garganta, basta cozinhar durante 5 minutos as folhas da amoreira negra, deixar arrefecer e efectuar vários gargarejos durante o dia.

E tudo passa!

domingo, 6 de agosto de 2006

Pelo mar...

espelho

voz do povo

Não há vício sem o seu suplício.

sábado, 5 de agosto de 2006

mitos & milho-rei

Águia

Os chineses contam uma história fabulosa sobre uma princesa e o seu amante: separados pelo destino, mantinham-se em comunicação - era uma águia que os punha em contacto - atravessando a Via Láctea no dia 7 de cada mês, levando e trazendo as suas mensagens.
A Via Láctea passou a ser considerada como «a ponte dos amantes», e quando surge uma pena de águia no chão diz-se que nesse momento a pessoa que nos ama está a tentar entrar em contacto connosco.

Por isso, quando uma pena se atravessar no seu caminho, pense, pode ser amor...

Pelo jardim...


breve, o azul

Ao amanhecer ...

Já só consigo saber de ti pelos
jornais: os amigos saltam o teu
nome nas conversas e partem
sempre mais cedo se pergunto.
Mas eu não esqueço. Recorto

uma coluna, duas, meia página,
um título que, se não erro, até
vai bem contigo; as cartas que

te escrevem - quase todas de
homens e azedas; alguma coisa
que disseste, entre aspas, e que
é a tua voz a murmurar no meu

ouvido; e também um retrato
que não te faz justiça - e outro,
mais bonito, perdido ao canto
da folha que já nem viro. Sem que

se saiba, colo num caderno só meu
essa vida onde já não me quiseste,
talvez por ser maior, a vida ou eu.

Nem aos amigos conto como te
sigo: haviam de dizer-me que perco
os melhores anos à tua espera para
um dia encontrar o teu nome por
baixo de uma cruz e nada me sobrar
então para recortar, para recordar.

Maria do Rosário Pedreira
Nenhum Nome Depois

quinta-feira, 3 de agosto de 2006

Ao entardecer...


a força maior versus...


Praia de São Julião, Mafra/Sintra.

quarta-feira, 2 de agosto de 2006

... era uma vez

A lenda da Serra da Estrela

Em tempos idos, todas as noites um pastor do alto da serra conversava com uma Estrela, a mais bela de todas.
O estranho acontecimento chegou aos ouvidos do Rei, este mandou chamar o pastor e ordenou-lhe que lhe desse a sua Estrela, prometendo em troca uma riqueza enorme.
O pastor respondeu que preferia continuar pobre a perder a sua amiga Estrela.
Ao regressar à sua cabana, no alto da serra, o pastor ouviu uma doce melodia, na voz da sua Estrela, contar-lhe do receio que tivera de ele se deixar deslumbrar pela riqueza.
O pastor prometeu-lhe eterna dedicação.
E então, o velho pastor, com voz de profeta, exclamou:
- De hoje em diante, esta serra há-de chamar-se Serra da Estrela!
Conta a lenda que no alto da serra, ainda hoje, se vê uma Estrela que brilha de maneira diferente e estranha, como quem procura alguém: o bom pastor, para guiar e ser guiada, ou amar e ser amada...

terça-feira, 1 de agosto de 2006

Ao anoitecer...

sede iluminada
Ericeira