terça-feira, 15 de agosto de 2006

Ao adormecer...

O Anel de Vidro

Aquele pequenino anel que tu me deste,
– Ai de mim – era vidro e logo se quebrou…
Assim também o eterno amor que prometeste,
- Eterno! era bem pouco e cedo se acabou.

Frágil penhor que foi do amor que me tiveste,
Símbolo da afeição que o tempo aniquilou,
Aquele pequenino anel que tu me deste,
– Ai de mim – era vidro e logo se quebrou…

Não me turbou, porém, o despeito que investe
Gritando maldições contra aquilo que amou.
De ti conservo no peito a saudade celeste…
Como também guardei o pó que me ficou
Daquele pequenino anel que tu me deste…

Manuel Bandeira

8 comentários:

Anónimo disse...

É terno este poema... sempre grandes sugestões:)

Lila Magritte disse...

Algo queda siempre, celeste y guardado en el alma.

sem-comentarios disse...

Pequenas recordações num poema sereno :)

bj***

Licínia Quitério disse...

O vidro. A fragilidade. Também me deu para falar disso...
Beijinho.
Licínia

Teresa Durães disse...

hum.. há amores assim... estilhaçam num instante.. será que deveriamos chamar de amor?

M. disse...

É engraçado como às vezes várias pessoas falam dos mesmos temas sem sequer saberem umas das outras. Tu e a Licínia a escreverem hoje sobre a fragilidade...

carteiro disse...

É o pó, e ainda mais o que nao se vê, aquele que assiste ao espectaculo... em qualquer que seja o teatro que se esconde!

Maria P. disse...

Pequenas recordações retiradas da caixinha.


Beijinhos.