Bebido o luar
Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.
Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.
Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver.
Sophia de M. B. Andressen
7 comentários:
assim disse Sophia...
Traze-nos sempre coisas lindas...
Continuo a ser uma visita fiel, apesar de não comentar.
Beijinho de boa noite
Por isso devemos sentir. O rumor. O azul. O verde. Nãos os abracemos. Não queremos abraçar a realidade. Não somos deuses para o fazer. Abraço o meu interior e mordo os lábios no esforço de acreditar que, ele sim, é para sempre.
A poesia límpida de Sophia... nunca é de mais divulgá-la...
Beijinho.
Somos solitários e nao seremos esses deuses... mas ainda nos resta o sonho: a esperanca dos tolos. Podem por ele passar os fantasmas que nos amedrontam e nos ferem,... mas nao é ele que nos cura e nos leva aonde mais ninguém o faz?
nada nos pertencerá, aceito o despojamento...mas as emoçoes experimentadas, essas, são inesquecíveis.
Bjs
Claro que todos somos admiradores desta grande escritora.
Belos também as vossas palavras.
Beijinhos.
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