terça-feira, 22 de agosto de 2006

Ao adormecer...

Bebido o luar

Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.

Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.

Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver.

Sophia de M. B. Andressen

7 comentários:

Anónimo disse...

assim disse Sophia...

Anónimo disse...

Traze-nos sempre coisas lindas...
Continuo a ser uma visita fiel, apesar de não comentar.
Beijinho de boa noite

Luís disse...

Por isso devemos sentir. O rumor. O azul. O verde. Nãos os abracemos. Não queremos abraçar a realidade. Não somos deuses para o fazer. Abraço o meu interior e mordo os lábios no esforço de acreditar que, ele sim, é para sempre.

Cláudio disse...

A poesia límpida de Sophia... nunca é de mais divulgá-la...

Beijinho.

carteiro disse...

Somos solitários e nao seremos esses deuses... mas ainda nos resta o sonho: a esperanca dos tolos. Podem por ele passar os fantasmas que nos amedrontam e nos ferem,... mas nao é ele que nos cura e nos leva aonde mais ninguém o faz?

JPD disse...

nada nos pertencerá, aceito o despojamento...mas as emoçoes experimentadas, essas, são inesquecíveis.
Bjs

Maria P. disse...

Claro que todos somos admiradores desta grande escritora.

Belos também as vossas palavras.

Beijinhos.