sexta-feira, 18 de agosto de 2006

Ao entardecer...

E tudo era possível

Na minha juventude antes de ter saído
de casa de meus pais disposto a viajar
eu conhecia já o rebentar do mar
das páginas do livros que já tinha lido
Chegava o mês de maio era tudo florido
o rolo das manhãs punha-se a circular
e era só ouvir o sonhador falar
da vida como se ela houvesse acontecido
E tudo se passava numa outra vida
e havia para as coisas sempre uma saída
Quando foi isso? Eu próprio não o sei dizer
Só sei que tinha o poder de uma criança
entre as coisas e mim havia vizinhança
e tudo era possível era só querer

Ruy Belo

3 comentários:

Anónimo disse...

Maria, que bom!!! Caramba, ao tempo que não sabia deste poema!!! Que saudades:))

Obrigada mesmo!!:)

Maria P. disse...

Olá Ana,
poema de um poeta que morreu demasiado cedo (1933-1978)

Um beijinho e bom fim de semana.

Licínia Quitério disse...

Um poema MAIOR da obra deste GRANDE Poeta.