sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Outra Janela...

O mundo é de quem não sente. A condição essencial para se ser um homem prático é a ausência de sensibilidade.

Livro do Desassossego
Fernando Pessoa

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Da janela norte...

porta aberta

Ao entardecer...

Apesar das ruínas e da morte,
Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias.


Sophia de Mello B. Andresen

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Outra Janela...

retalhos de pedra

voz do povo

O passado dá saudades, o presente dissabores e o futuro receios.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Da janela norte...

(a) cerca


Autores

E se te sentasses
comigo e com a tua
presença me
reinventasses
o calor do lar.
E cumpríssemos
os dois o ritual
dos deuses
na nossa morada.

Vergílio Ferreira

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Hoje convido...



Porque nem sempre dos olhares nascem palavras
Porque nem sempre dos sentires surgem emoções
Porque gosto das vossas palavras
Hoje convido, quem quiser, a escolher a legenda...

Bom fim-de-semana!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Outra Janela...



já não tenho nada a ter senão no sonho
por onde vou já indo sem daqui partir
em asas mais ligeiras que as do vento

Poema a uma deusa índia
Carlos Frias de Carvalho

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Da janela sul...

arrasto

Ao amanhecer ...

Procurei-te
na lisura das palavras
no limiar do silêncio
de onde brota a justa claridade
como só em um tempo antigo
e remoto

Procurei-te
por teu nome de infância
nu aberto ao tempo
fosse noite ou dia
ao vento e à chuva
para te dizer do amor

Maria A. Mitelo
Entre Pássaros e o Mar

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Outra Janela...

ontem 12 palavras - hoje 12 pétalas

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Desafio - 12 palavras...

Recebi este desafio do blogue aArtmus, obrigada. Confesso que ao contrário das Correntes de Prémios, eu gosto destes jogos, como gostei do Desafio da Página 161. Assim neste caso temos de escolher 12 palavras, aquelas que nos dizem algo em especial, e formar um texto. Resolvi então fazer o seguinte: escolhi as minhas 12 palavras e descrevi o que representam para mim, sinónimos...
São estas, sem qualquer ordem:

Belíssima - som e tom leve, suave;
Guitarra - força, acordes nocturnos;
Carinho - segredos;
Amanhecer - tempo sem pressa;
Luz - surpresa;
Beijo - longo permanecer em surdina;
Caminho - olhar em frente, solidão;
Retalhos - união, o belo e o feio;
Olhares - transparência, revelação;
Janela - oferecer;
Luvas - sossego, passeio em tarde fria;
Cerejas - doce sabor a palavras.
Agora terei de passar a palavra a 12 pessoas, aqui fica então o meu convite a:

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Da janela norte...

bilhete-postal

Autores

Certamente é bom que o mundo conheça apenas a obra bela e não as suas origens nem as condições em que foi gerada; pois o conhecimento das fontes de onde provém a inspiração para o artista causaria frequentemente perturbação e espanto, neutralizando assim os efeitos da excelência.

Morte em Veneza
Thomas Man

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Na última gaveta...


Da Costa de Cascais
Aqui, na orla do mar, as cruzes
são sinais de pescadores perdidos
no fundo, mortos, quando buscam
o sal da vida. Em vez de a sua força
fazer ceder a vaga sob o anzol,
é a força do mar ou a paixão da vida
- arquejante e morta -
que os puxa para um purgatório
de água revolta e de limos.

Fiama H. Pais Brandão

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Da janela sul...

mar (que) vivo

voz do povo

Não há mar bravo que não amanse.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Ao amanhecer ...

A solidão mostra o original, a beleza ousada e surpreendente, a poesia. Mas a solidão também mostra o avesso, o desproporcionado, o absurdo e o ilícito.

Morte em Veneza
Thomas Mann

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Outra Janela...

uma-a-uma

Autores

Amar: Fechei os olhos para não te ver
e a minha boca para não dizer...
E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei,
e da minha boca fechada nasceram sussurros
e palavras mudas que te dediquei...

O amor é quando a gente mora um no outro.

Mário Quintana

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Da janela norte...

numa tarde de domingo

Ao entardecer...

Poema que aconteceu

Nenhum desejo neste domingo
nenhum problema nesta vida
o mundo parou de repente
os homens ficaram calados
domingo sem fim nem começo.

A mão que escreve este poema
não sabe o que está escrevendo
mas é possível que se soubesse
nem ligasse.

Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Fotogénico


É Sexta-feira?!...

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Da janela sul...

sul arado

Ao entardecer...

Eu vi do dia a súbita dádiva
do sol sobre as mãos tímidas
e cantei antecipando o céu de abril

E o ar percorrido do breve silabar
por que branda respiração
e assim líquidos perfumes

oscilou
e se dispersou
em memórias longínquas

E o sul tão perto.

Maria A. Mitelo
Entre Pássaros e o Mar

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Outra Janela...

abaixo dos céus

... era uma vez

4 palavras

Janela:
do Lat. januella
s. f.,
abertura na parede de um edifício para deixar entrar a luz e o ar;
a porta com que se fecha ou tapa essa abertura;
Anat.,
cada um dos orifícios abertos na parede interna do fundo da membrana do tímpano (janela oval, janela redonda);
fam.,
abertura ou rasgão;
pop.,
(no pl. ) os olhos.

Janelo:
s. m.,
pequena janela;
postigo.
Janeleiro:
adj. e s. m.,
que ou o que gosta de estar à janela.
Janeleira:
adj. f.,
amiga de estar à janela;
namoradeira.

in, Dic. de Língua Portuguesa
Texto Ed.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Outra Janela...

e o céu ao lado

Ao entardecer...

Porque ao longe
se cala o mar
e o ar avermelha
as linhas indistintas do horizonte

Porque os meus olhos
em ti se demoram
serenos
e os céus nos fitam suspensos

Porque juntos
palpamos a espuma breve
nunca mais invocarei
a inclemência dos caminhos

Maria A. Mitelo
Entre Pássaros e o Mar

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Outra Janela...

Diz o povo: é Carnaval ninguém leva a mal!
Por isso a Casa vestiu a preceito as janelas a apresentar, e assim reinar...