sexta-feira, 30 de junho de 2006

Ao anoitecer...

REPETE

Diz outra vez, e outra vez ainda
Que de mim gostas. Seja, muito embora,
Como o cantar do cuco - ainda agora
O disseste, repete; a frase é linda.

Cantando, o cuco apregoa a vinda
Da primavera. Eu ouço, sedutora,
A sua voz. Que seja enganadora
Receiro. Repetida, é-me bem-vinda.

Quem pode achar que, no céu cristalino,
São demais as estrelas? Que num prado
Fresco e viçoso, as flores muitas são?

Diz: amo, amo, amo - como o sino
Repete o mesmo som - mas tem cuidado
De amar-me sempre, Amor, co'o coração.

Elizabeth Barrett Browning

quinta-feira, 29 de junho de 2006

Ao anoitecer...



Praia do Sul, Ericeira.

mitos & milho-rei

Fedra

A filha de Minos e de Pasífase, casou-se com Teseu, rei de Atenas, influênciada por Afrodite, apaixonou-se por seu enteado, filho de Teseu e da amazona, de Hipólito. O jovem, casto e orgulhoso, despreza o amor e as mulheres, centra os seus interesses na caça e venera de modo especial a deusa Ártemis, virgem caçadora.Fedra revela o seu amor a Hipólito, que a rejeita com desdém. Com receio da denúncia Fedra escreve uma carta a seu marido, acusando o jovem de ter querido violá-la. E suicida-se.
Teseu invoca Poséidon para que castigue o seu filho (que não conta a verdade) e, quando este passa junto a uma praia, surge do mar um touro terrível que espanta os cavalos, o carro vira-se e Hipólito morre.
Finalmente Teseu sabe a verdade, e a deusa Ártemis promete vingança sobre um mortal amado de Afrodite.

O trágico mito entre Fedra e Hipólito, inspirou vários autores, desde Eurípides, Hipólito; Séneca, Fedra; Racine, Fedra; entre outros.

Dia de S. Pedro

Fonte de S. Pedro, Raul Lino.
S. Pedro de Penaferrim, Sintra.

quarta-feira, 28 de junho de 2006

... era uma vez

As Sopas no cozinhar da História


Na Pré-História,
é provável que se comessem muitos caldos de carne: mamute, bisonte, vaca; sopas de peixe e de alguns crustáceos: mexilhões, por exemplo.

Na Grécia,
ficou famoso um Caldo Negro da cidade de Esparta, feito com sangue de alguns animais misturado com vinagre e especiarias. Não consta que fosse fácil de engolir...

Em Roma,
a sopa era um prato apreciado por todas as classes. O imperador Nero tinha o costume de, diariamente, comer um caldo à base de alhos-porros que acreditava fazer-lhe muito bem às cordas vocais,que tinham de estar sempre saudáveis para discursar sem problemas.

Na Idade Média,
as sopas foram muito populares: de favas, abóbora, ervilhas, couves, toucinho... condimentadas com bastante canela e gengibre e mais tarde com açúcar. Era também costume colorir as sopas: açafrão para ficarem amarelas, leite de amêndoas para ficarem brancas.

A partir do século XVI,
as cozinhas italiana e francesa deram o seu "toque de classe" à arte de preparar sopas. A primeira introduziu a novidade das massas e ervas aromáticas como o tomilho, os orégãos e a manjerona. Em França, os cozinheiros davam o seu melhor: cremes, bouillons, consommés... baptizando as suas invenções com nomes de reis.

Em Portugal temos a canja, que, segundo alguns especialistas, terá vindo da Índia, o caldo verde ,indispensável por altura dos santos populares, a sopa do cozido, as sopas de peixe (tão populares nos Açores e no Alentejo), as sopas de feijão e hortaliça e tantas outras.

Em Espanha, o gazpacho, com tomate, pepino, alho, pão e azeite; em França, a soupe à l'oignon, à base de cebola; em Inglaterra, a oxtail, sopa de rabo de boi; em Itália, o minestrone, feijão, massas e legumes; na China, a sopa de ninhos de andorinha.

Os legumes perdem muitos dos seus valores quando são cozinhados. A sopa tem a grande vantagem de não deixar "escapar" as vitaminas e minerais retendo-os na água da cozedura. A sopa tem ainda outras qualidades: é um prato económico, de fácil preparação, pode tomar os mais diversos sabores e texturas.

terça-feira, 27 de junho de 2006

voz do povo

A casar e a embarcar nada de aconselhar.

Da janela sul...

Beja

segunda-feira, 26 de junho de 2006

1 2 3, diz outra vez!


Dedo mindinho quer pão

Dedo mindinho quer pão
O vizinho diz que não
O pai diz que dará
Este o furtará
E o polegar: «Alto lá!»

Na última gaveta...

domingo, 25 de junho de 2006

mezinhar...

Folha d'amora

As folhas da silva fortemente adstringentes, podem ser usadas como elixir oral para fortalecer gengivas e aliviar úlceras da boca, e ainda como gargarejo, para inflamações de garganta.
Para tal basta fazer uma infusão de um litro de água, com um ramo de folhas.

Nota: As folhas da silva também são usadas para limpar e estancar feridas.

Da janela norte...



Capela de Sto. António

Belmonte

sábado, 24 de junho de 2006

ao meu Pai

Há homens que lutam um dia e são bons. Há outros que lutam um ano e são melhores. Há os que lutam muitos anos e são muito bons.
Mas há os que lutam toda a vida, e estes são imprescindíveis.

Bertold Brecht

Pelo jardim...

Ao amanhecer ...

Trocáramos as cartas do começo - alegrias tão
frágeis, mas tão fundas, de quem mal se conhece
e já se ama; todo um inverno, diante das palavras,
o movimento dos pássaros no interior dos olhos,
o lume das estrelas na ponta dos dedos. De um

encontro tão breve é sempre fácil esquecer o que
nunca se viu. E, nessa tarde, enquanto te escutava,
soube que a memória era um espelho partido -

porque ler-te era uma coisa, mas ouvir-te era outra; e
o rosto que espreitara do papel fora eu que o desenhara;
e a assinatura ao fundo da página era o nome de uma
outra vida que eu tecera - como se na tua boca,

nesse tempo, falassem duas vozes desencontradas.

Maria do Rosário Pedreira
Nenhum Nome Depois

quarta-feira, 21 de junho de 2006

Da janela norte...

Monforte

... era uma vez

Os Relógios de Sol

A medição do tempo constituiu desde muito cedo um mecanismo de racionalização das actividades humanas no quotidiano. Propósito que esteve na origem dos primeiros relógios de sol, e ao que se sabe a Idade Moderna já os conhecia.

Sto. Agostinho, numa observação filosófica, dizia que: o tempo não é outra coisa senão extensão.
Partindo deste raciocínio a vida só pode ter sentido se devidamente articulada com a continuidade do tempo.Os relógios de sol foram então feitos para facilitar a orientação das actividades pessoais e profissionais.
Estas peças são fruto da arte escultórica do povo. Medir o tempo era a sua principal função.

A sua cambiante decorativa e figurativa era minuciosamente trabalhada para constar nas fachadas principais das casas. É provável que só as famílias com algum poder económico tivessem o direito a um relógio, sinal de uma modesta ostentação.

Geralmente 0 ponteiro era em metal (ferro) e estava cravado no centro do mostrador, donde uma série de linhas rectas (incisões gravadas) divergiam em direcção ao limite (bordadura) do referido mostrador. A sombra provocada pelo ponteiro ia girando e indicando as horas, em consequência do movimento da terra.

terça-feira, 20 de junho de 2006

Na última gaveta...



Estação do caminho-de-ferro, Mafra - 1930.

voz do povo

Três coisas destroem o homem: muito falar e pouco saber; muito gastar e pouco ter; muito presumir e pouco valer.

segunda-feira, 19 de junho de 2006

Coisas do sótão...

1 2 3, diz outra vez!

Malmequer, bem me quer

Malmequer, bem me quer
Malmequer, bem me quer, muito, pouco, nada.
Eu gosto de ti do sol e do mar.
E de todos os meninos, que vejo a brincar.
Malmequer, bem me quer, muito, pouco, nada.

domingo, 18 de junho de 2006

Outra Janela

Alter do Chão
1 2

3
4

5

1. Igreja do Outeiro
2. Fonte das Bicas
3. Câmara Municipal
4. Palácio do Àlamo
5. Coudelaria - Centro de Arte Equestre

... era uma vez

Alter do Chão

A origem de Alter do Chão poderá ser atribuída a um povoado romano, fundado a partir de um aglomerado da Idade do Ferro em Alter Pedroso.
De Abelterium, cidade romana que vem referenciada no Itinerário de Antonino Pio, terá provavelmente nascido Alter do Chão.
No reinado de D. Sancho II, o Bispo da Diocese da Guarda D. Vicente, propôs “restaurar e povoar Alter”, atribuindo-lhe o 1º Foral no ano de 1232.
D. Afonso III com o objectivo de incentivar o povoamento, manda reconstruí-la e terá concedido novo Foral em 1249.
D. Dinis atribui-lhe dois Forais em anos consecutivos, o último data de 25 de Março de 1293 e conferia-lhe todos os privilégios de Santarém.
Em 1359, D. Pedro I mandou edificar o actual Castelo e confirma-lhe, através de nova carta de Foral os privilégios anteriores.
D. João I, Mestre da Ordem de Avis, cede em senhorio a D. Nuno Álvares Pereira, passando os bens para a Casa de Barcelos e posteriormente para a Casa de Bragança, fundada pelo casamento de D. Beatriz, filha do Condestável com D. Afonso, filho bastardo do progenitor da Ínclita Geração.
O Foral de Leitura Nova, foi-lhe atribuído a 1 de Junho de 1512 no decurso da nova reforma mandada efectivar por D. Manuel.

Do período quinhentista as construções que subsistem mostram a vitalidade e importância que a vila tomou.São deste período o Chafariz Renascentista, Igreja de Nossa Senhora da Alegria e a Janela Geminada, na Rua General Blanco.Prova evidente do desenvolvimento que Alter alcançou no período Barroco, e do qual se pode orgulhar, são as várias construções civis e religiosas de entre elas algumas imponentes, das quais se destacam: Coudelaria de Alter, mandada construir por D. João V em 1748 por iniciativa do Príncipe D. José, para a produção do cavalo Lusitano, cujo destino era a Arte Equestre, muito em voga nas cortes daquela época; o Palácio do Álamo, Igreja do Senhor Jesus do Outeiro, Igreja do Convento de Santo António e os chafarizes da Barreira e dos Bonecos.

sábado, 17 de junho de 2006

Outra Janela


Alter do Chão, minha terra natal.

sexta-feira, 16 de junho de 2006

Coisas do sótão...

... era uma vez

Um grão de café

Segundo uma lenda, um grupo de escravos sudaneses em trânsito para o Iémen (antiga Arábia), via Etiópia, adquiriram aí bagas de café que estiveram na origem das primeiras sementeiras. No sec XV, a cultura do café já se encontrava bastante desenvolvida na região, tendo sido a partir daqui que o café começou a sua grande jornada à volta do mundo.
Os Iemenitas protegeram ciosamente o café, só permitindo a exportação de grãos já processados, impedindo a sua utilização como semente. Apesar disso, houve quem conseguisse contrabandear alguns grãos férteis.
Mais tarde, no sec XVII, os mercadores franceses, italianos e holandeses competiam pela obtenção de pés de café para posterior introdução nas suas colónias além-mar, até que, em 1916, os holandeses conseguiram a tão desejada planta, que foi levada de Moca (um dos portos mais movimentados do Iémen) para a Holanda. Em 1658 iniciaram o cultivo de café no Sri Lanka. Os resultados encorajadores depressa incentivaram os outros colonos.
Em 1706, um pé de café e algumas amostras de grão foram cuidados por botânicos em Amesterdão e generosamente distribuídos por outros botânicos de toda a Europa.
Doze anos mais tarde, os holandeses levaram cafeeiros para o Suriname que se adaptaram de uma forma surpreendente. Rapidamente esta zona se transformou no centro mundial do café. Em 1727 estabeleceu-se a primeira plantação no Brasil, com plantas vindas da Guiana Francesa.
Um pouco por todo o lado, o café começava a ocupar um lugar de destaque. O segredo que os árabes haviam guardado tão ciosamente era agora do conhecimento do mundo.

quinta-feira, 15 de junho de 2006

Da janela sul...




Póvoa do Varzim,2005
Fotografia de JCNunes

15 de Junho, quinta-feira

A Igreja celebra Corpo de Deus como festa de contemplação, adoração e exaltação, onde os fiéis se unem em torno de sua herança mais preciosa deixada por Cristo, o Sacramento da sua própria presença.
A solenidade do Corpo de Deus remonta o século XII, quando foi instituída pelo Papa Urbano IV em 1264, através da bula Transiturus, que prescreveu esta solenidade para toda a Igreja Universal.
A origem da festa deu-se por um fato extraordinário ocorrido ao ano de 1247, na Diocese de Liége – Bélgica. Santa Juliana de Cornillon, uma monja agostiniana, teve consecutivas visões de um astro semelhante à lua, totalmente brilhante, porém com uma incisão escura. O próprio Jesus Cristo a ela revelou que a lua significava a Igreja, a sua claridade as festas e, a mancha, sinal da ausência de uma data dedicada ao Corpo de Cristo. Santa Juliana levou o caso ao bispo local que, em 1258, acabou instituindo a festa em sua Diocese.
O fato, na época, havia sido levado também ao conhecimento do bispo Jacques de Pantaleón que, quase duas décadas mais tarde, viria a ser eleito Papa Urbano IV, ou seja, ele próprio viria a estender a solenidade a toda a Igreja Universal.
Instituída para toda a Igreja, desde então, a data foi marcada por concentrações, procissões e outras práticas religiosas, de acordo com o modo de ser e de viver de cada país, de cada localidade.

quarta-feira, 14 de junho de 2006

1 2 3, diz outra vez!

Bichinho de Conta

Debaixo da pedra
Mora um bichinho
De corpo cinzento
Muito redondinho
Tem medo do sol
Tem medo de andar
Bichinho de conta
Não sabe contar
Muito redondinho
Rebola, no chão
Rebola, na erva
E na minha mão

Lenga-lenga tradicional.

terça-feira, 13 de junho de 2006

Da janela sul...


Rio Zêzere.

Ao amanhecer ...

Onde Quer Que O Encontres

Onde quer que o encontres -
escrito, rasgado ou desenhado:
na areia, no papel, na casca de
uma árvore, na pele de um muro,
no ar que atravessar de repente
a tua voz, na terra apodrecida
sobre o meu corpo - é teu,

para sempre, o meu nome.


Maria do Rosário Pedreira
Nenhum Nome Depois

segunda-feira, 12 de junho de 2006

Na última gaveta...




Folheto
Festas de Lisboa, 1934


... era uma vez

O chá

As origens do chá perdem-se no tempo, numa infusão de realidade e lenda.
Uma dessas lendas remonta há 5000 anos, reinava na China o imperador Sheng Nong, um governante justo, homem de ciência e amante das artes.
Preocupado com as epidemias que assolavam o Império de Meio, Sheng Nong ordenou que toda a água fosse fervida antes de ser consumida, como prevenção.
Certo dia, num quente verão oriental, o imperador, de visita a uma das regiões que governava, mandou parar a sua comitiva para que todos descansassem. Os servos começaram a ferver água para que a pudessem beber, eis que surge uma brisa no ar e certas folhas de arbustos, arrastadas pelo vento vão cair na água em ebulição. Pouco a pouco, a água foi adquirindo um tom castanho, o imperador, homem curioso, decidiu provar a estranha infusão, sendo surpreendido pelo agradável sabor, tornou-se adepto do chá, no que seria seguido pelo seu povo.

Existem actualmente mais de três mil tipos de chá, para todos os gostos...

Ao amanhecer ...

domingo, 11 de junho de 2006

voz do povo

Cada terra com seu uso, cada roca com seu fuso.

Coisas do sótão...

sábado, 10 de junho de 2006

Luís de Camões

Busque Amor novas artes, novo engenho
Pera matar-me, e novas esquivanças,
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, enquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.

Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como e dói não sei porquê.

Ao amanhecer ...


Where Dreams Begin, por Kathryn Andrews Finchen.

sexta-feira, 9 de junho de 2006

mezinhar...

Problemas nervosos e ligados ao stress.

Prepare uma infusão com erva cidreira, damiana e escutelária-da-virgínia, misturar em partes iguais e deixar ferver num litro de água. Coar, deixar repousar e beber durante o dia cerca de quatro chávenas.

Chá aconselhado durante o decorrer do Mundial de Futebol...

quinta-feira, 8 de junho de 2006

terça-feira, 6 de junho de 2006

Ao entardecer...

Eu sei que vou te amar

Eu sei que vou te amar
Por toda minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente eu vou te amar
E cada verso meu será pra te dizer
Que eu sei que vou te amar por toda minha vida
Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua vou chorar
Mas cada volta tua há-de apagar
O que essa ausência tua me causou
Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
À espera de viver ao teu lado
Por toda a minha vida

Vinicius de Moraes & Tom Jobim

Da janela sul...


Évora.

segunda-feira, 5 de junho de 2006

1 2 3, diz outra vez!

Tempo

O tempo perguntou ao tempo
Quanto tempo, o tempo tem
O tempo respondeu ao tempo
Que o tempo tem tanto tempo
Quanto o tempo o tempo tem


Lenga-lenga tracional.

Da janela norte...


Lisboa, bairro de Alfama.

domingo, 4 de junho de 2006

... era uma vez

A Canela

É possível que tivesse existido um quarto Rei Mago, e este tivesse transportado consigo um baú cheio de canela...É que, à semelhança de outros bens, como a mirra, o incenso e o ouro, a canela era considerada em tempos idos um presente digno dos reis.
A canela é originária do Sri Lanka, Malásia e Indonésia. Até ao século XIII foi confundida com a Cássia, uma outra variedade mais amarga e intensa, conhecida como Canela da China.
A verdadeira canela é adocicada, suave, discreta e poderosa...por isso se associa a uma especiaria afrodisíaca.
Reza a história que a Deusa das caneleiras, apaixonada por um filósofo, homem distante, ofereceu-lhe um chá de canela para o conquistar. Certamente resultou...

Na última gaveta...

sábado, 3 de junho de 2006

voz do povo

Junho floreiro, paraíso verdadeiro.

Coisas do sótão...

Ao amanhecer ...

Quero falar-te deste amor, como de um vento
amordaçado na camisa; uma febre de verão
que o mercúrio não acha; um telhado esmagado
pela ideia da chuva. Quero dizer-te

que sobre ele pairaram sempre brumas e nevoeiros
e profecias de temporais maiores, como os que levam
para longe os corpos dos navios. Não há notícias

deste amor; apenas uma intriga, um recado sonâmbulo,
um temor que desmaia as pregas do vestido e um sortilégio
urdido nas paisagens suspensas de um mapa que aperto
na mão sem desdobrar. E há memórias

deste amor? A voz sem as palavras, um livro lido
às escuras, um bilhete cifrado deixado num hotel,
um velho calendário cheio de desencontros? Não,

não há memória deste amor.


Maria do Rosário Pedreira
O Canto do Vento nos Ciprestes

sexta-feira, 2 de junho de 2006

Da janela sul...


Porto

1 2 3, diz outra vez!

SOLA SAPATO

Sola sapato
rei rainha
foi ao mar
pescar
sardinha
para o filho
do juíz
que está preso
pelo nariz
salta a pulga
na balança
dá um pulo
vai p'ra
França
os cavalos a
correr
as meninas a
aprender
a mais bonita
de todas
comigo se há-de
esconder.

Lenga-lenga tradicional.

quinta-feira, 1 de junho de 2006