sábado, 12 de agosto de 2006

Ao amanhecer ...

Versos

Tão cego
apesar da felicidade da vista
tão surdo
apesar do privilégio do ouvido

Uma folha ao vento só tu na romanza
o pássaro na rede Na chuva um cantar
um verme na rosa na esperança uma armadilha
lágrimas na garganta Nas tuas palavras sangue

Tão cego
apesar da felicidade da vista
tão surdo
apesar do privilégio do ouvido.


Frantisek Halas
Trad. de Ernesto Sampaio

5 comentários:

carteiro disse...

Em poucas palavras nao sei aqui por o quanto concordo e pertenco à terceira estrofe.

P.S. Sim, tenho um sótao. Neste momento é mais ou menos uma segunda versao dele. Já foi mais escuro e mais mágico ou mágico era o tempo e a minha posicao perante ele. Ao contrario do teu, agora o meu quase permacece vazio. Curiosamente comecei há pouco a mudar essa situacao... :)
**

Diafragma disse...

Tão triste...

Teresa Durães disse...

costumava trazer atrás do meu nome, aqui, uma ave. Não só o blog era o "Voando por Aí" como eu era a Ave. Cheguei a desmanchar o blog (algumas vezes...cof) e abri o DoLivroDasAves, OutrosVoos e depois regressei de novo ao "ninho". ainda há quem por aí me trate por Ave.

Agora leio "pássaro preso". Grrrrr

:)

Maria P. disse...

Obrigada pelas vossas visitas.

Beijinhos.

Thinker disse...

Ás vezes é assim que estamos perante a vida, cegos e surdos perante os outros, com olhos e ouvidos... mas cegos e surdos para o mundo, apenas queremos forçar ou ser forçados por outros com as palavras e não respeitamos ou somos respitados pelos demais... Triste mas verdadeiro este poema!

beijinho :)