Ternura
Desvio dos ombros o lençol,
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do sol,
quando depois do sol não vem mais nada...
Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio
como vultos perdidos na cidade
onde uma tempestade sobreveio...
Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...
Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!
David Morão-Ferreira
Infinito Pessoal
5 comentários:
belo e apaixonante poema.
beijo
é muito bonito...
bjs M. Maria Maio
Um dos meus poemas preferidos de DMF...
Beijinho, minha Maria!
*
ternura,
é a candura de um gesto !
,
serenas maresias,
,
*
Só para dizer que deste autor é este o "meu" poema...
Beijinhos a todos*
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