Quanto Mais Amada Mais Desisto
De amor nada mais resta que um Outubro
e quanto mais amada mais desisto:
quanto mais tu me despes mais me cubro
e quanto mais me escondo mais me avisto.
E sei que mais te enleio e te deslumbro
porque se mais me ofusco mais existo.
Por dentro me ilumino, sol oculto,
por fora te ajoelho, corpo místico.
Não me acordes. Estou morta na quermesse
dos teus beijos. Etérea, a minha espécie
nem teus zelos amantes a demovem.
Mas quanto mais em nuvem me desfaço
mais de terra e de fogo é o abraço
com que na carne queres reter-me jovem.
Natália Correia
8 comentários:
Muito bonito.
Maria:
este é o tipo de poesia que adoro e também adoro escrever.
Opostos. Que força têm eles!
Beijo e obrigado
João
belo soneto.
beijinho M. Maria Maio
Belíssimo!
Ela trabalhava tão bem as palavras!
"Nada mais resta que um Outubro"... e quando outro virá?
Outubro luminoso...
muito belo
beijos
Belo!
Beijinho, minha Maria.
Embora não conhecesse o poema à medida que avançava ia pensando que era da Natália Correia e não errei!
Belíssimo!
Abraço
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