domingo, 19 de agosto de 2007

Autores...

Uma casa navega no tempo
como um barco subindo o rio.
Por fim sem marinhagem
por fim sem mastreação.
Por fim ancorada nas janelas exorbitadas
onde as luzes são paisagens lunares
e o silêncio tem um perfil negro.

Fernando Namora

4 comentários:

Maria disse...

Assim é, quase, em Óbidos, ou em qualquer outra cidade com ruas idênticas...

Boa semana
Beijinhos

Alexandra disse...

As palavras que deixaste nesta tua assoalhada são fantásticas. ADOREI!!!

Beijocas*

poetaeusou . . . disse...

*
A noite caiu sem manchas e sem culpa.
Os homens largaram as máscaras de bons actores.
Findou o espectáculo. Tudo o mais é arrabalde.
No alto, a utópica Lua vela comigo
E sonha coalhar de branco as sombras do mundo.
Um palhaço, a seu lado, sopra no ventre dos búzios.
Noite! Se o espectáculo findou
Deixa-nos também dormir.
,
in) Fernando Namora
,
jinos
h
*

Pedro Ramoa disse...

Não sei porquê mas estas palavras lembram-me Tom Sawyer :)