Um Homem percorre o mundo inteiro em busca daquilo que precisa e volta a casa para encontrá-lo. "George Moore"
domingo, 31 de maio de 2009
sábado, 30 de maio de 2009
29 flores, um poema.

ao saltar o muro de um ninho
Sob asas agasalho-me. Num ninho e entre muitas penas.
Entre carinhos e meiguices na segurança e na harmonia.
o amor no hábito de um monge ao abrigo de deus
Com asas arrisco-me. A voar sobre telhas e entre tiros.
Salto o muro. Espeto esporas nas ilhargas da aventura.
o desejo de um dorso lusitano pelos abismos do diabo
Sem-abrigo. Vagabundo. Clochard de Alma.
Em fuga do amor para os abraços do desejo.
Em fuga do desejo para os abraços do amor.
modo de amar rasgado entre casa e uma noite fora
Mateo
Adouro-te
sexta-feira, 29 de maio de 2009
29 flores, um poema.
NO DESEJO DAS SEARAS
Com a manhã fresca de lábios
seguimos na erva
o rasto do orvalho
mas só quando soltámos
os enigmas
foram vergadas as metáforas
menos as mãos que as desenham
muito menos a coluna
que as suportam
Neste mar de colheitas
que nos corre pela sede fora
caminhamos
no desejo das searas
seguimos na erva
o rasto do orvalho
mas só quando soltámos
os enigmas
foram vergadas as metáforas
menos as mãos que as desenham
muito menos a coluna
que as suportam
Neste mar de colheitas
que nos corre pela sede fora
caminhamos
no desejo das searas
Eufrázio Filipe
Mar Arável
quinta-feira, 28 de maio de 2009
29 flores, um poema.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
29 flores, um poema.
São multiplas as cores que se refractam do branco. Da luz do descampado. São multiplos os silêncios que se diluem no ruido branco. Multiplas as histórias. Cada uma com a sua cor. Ou comprimento de onda. Que se desdobram em matizes e sombras. Que se irão contar aqui. Sob o descampado do Deserto.
CNS
Deserto do Mundo
terça-feira, 26 de maio de 2009
29 flores, um poema.
fazem-me falta
Preencho lacunas diárias
De afazeres lúcidos.
Perco-me nessa realidade
E me torno comum.
Por onde andas?
Fazem-me falta
As tuas palavras.
Encontro-me nelas.
Edito um filme imaginário
Que só eu compreendo.
Saio dessa realidade presumível
E me alcanço.
Dê-me um presente
Não quero jóia, nem flor.
Gosto de ganhar palavras
Que me façam sentir mulher.
Atraente com a vida.
E tenho bons amigos,
Que cabem no meu imperfeito.
Rosilene Fontes
Liter+Arte
segunda-feira, 25 de maio de 2009
29 flores, um poema.

Soletram os ramos e as folhas a fala do tempo
E o presente esgota-se na aragem passageira
A mulher passeia sonhos, desejos e rugas
A terra, cansada mas sempre jovem, sente os passos
Véu é o dos olhos que separa a vida
Nas raízes do teu andar crescem renovados frutos
Que também eles sentem a tua sede e fome
J. S.
João Sevivas
domingo, 24 de maio de 2009
29 flores, um poema.

Dividindo o espaço e o sol.
Como se tornou assim estranha uma palavra que tem sido um contínuo acto?
Parti (r) (i) lha (ar) ... Partir ou partilhar a ilha?
Figura (r) - figu(rar)... figurativo?
"Andar" por exemplo, como figurar o "andar"? Ando com os pés, as pernas.
Ando com os sentimentos.
Ando com o que corro e vejo, pensando. Ou penso e vejo, enquanto corro.
Andei nos livros e também nos campos. (Per) corridos. (Des) figurada.
Figura (r) - figu(rar)... figurativo?
"Andar" por exemplo, como figurar o "andar"? Ando com os pés, as pernas.
Ando com os sentimentos.
Ando com o que corro e vejo, pensando. Ou penso e vejo, enquanto corro.
Andei nos livros e também nos campos. (Per) corridos. (Des) figurada.
Visto-me destes véus inquietos que esvoaçam enquanto escrevo e me disfarçam de mim.
Onde pousei os olhos e o corpo?
Onde parti ou reparti?
Onde cheguei?
Que lago e em que jardim ou ilha?
Onde parti ou reparti?
Onde cheguei?
Que lago e em que jardim ou ilha?
B.
Bettips
sábado, 23 de maio de 2009
29 flores, um poema.
sexta-feira, 22 de maio de 2009
29 flores, um poema.

Tentei
em tarde de Maio com sabor a cereja,
alisar os vincos duma alma amarrotada.
em tarde de Maio com sabor a cereja,
alisar os vincos duma alma amarrotada.
Demos o braço.
Fomos passear devagar,
porque devagar é agora o nosso passo.
Nem precisamos falar.
Fomos passear devagar,
porque devagar é agora o nosso passo.
Nem precisamos falar.
Pensamentos vadios a balançar
nas sombras do relógio de sol
que nos conta o tempo e a idade.
Nem precisamos falar.
nas sombras do relógio de sol
que nos conta o tempo e a idade.
Nem precisamos falar.
Subitamente,
rompendo o silêncio:
posso fazer uma pergunta, posso?
Lá, na eternidade,
há um mar assim lindo como o nosso?
rompendo o silêncio:
posso fazer uma pergunta, posso?
Lá, na eternidade,
há um mar assim lindo como o nosso?
Ora, ora...Tens cada lembrança...
Parece pergunta duma alma de criança !
Parece pergunta duma alma de criança !
Maripa
O Mar me quer...
quinta-feira, 21 de maio de 2009
29 flores, um poema.

Raios de sol após a chuva prolongada
Alguns querem dias prolongados
Alguns querem noite permanente
Eu olho e vejo os céus encastelados
E o sol a espreitar timidamente
A folha que ainda não se avista
A flor primaveril multicolor
A ave que, migrando, o céu conquista
O verde morno de pleno esplendor
E abro o meu sorriso a imaginar
Todo em antevisão já não distante
Sonhando no meu sono o acordar
Num dia claro, novo, rebrilhante
Jorge Simões
Poesia para quem quiser...
quarta-feira, 20 de maio de 2009
29 flores, um poema.
o vermelho e o trigo...
No fundo da terra há sempre
Um húmus insuspeito, uma semente, uma promessa...
Talvez um parto...
Talvez um grito,
Ou uma dor por abrir...
Talvez uma tensão na hora de soltar-se...
Há sempre na noite
Um dia imprevisível, uma esperança calada...
Há sempre uma morte que se faz vida...
Há sempre o vermelho e o trigo...
Sabe-se lá quando pode explodir uma flor...
Herético
Relógio de Pêndulo
terça-feira, 19 de maio de 2009
29 flores, um poema.
amigos
Viam-se melhor quando as manhãs
cristalizavam a luz do Sol de Maio;
Via-se brincar aí, no espaço do sentir,
a diáfana matéria dos seus seres.
Aí se davam mãos, se tocavam as almas,
aí se riam ao provar dos frutos
que cada um, em dádiva, oferecia.
Os olhos de arco íris como chuva
quando se dá ao sol, estremecida
quando se dá ao sol, estremecida
Vasco Pontes
Dovoar
segunda-feira, 18 de maio de 2009
29 flores, um poema.
domingo, 17 de maio de 2009
29 flores, um poema.
O namoro das mãos é pacificador. É um dos expoentes da ternura entre duas pessoas. Todos nos enternecemos à vista de um par que passeia de mãos dadas. É um sinal para todos, e sobretudo para eles próprios, que por ali há um laço forte que os une. Quantas vezes nos dissemos em surdina... quem me dera estar ali!
MFC
Pé de meia...
sábado, 16 de maio de 2009
29 flores, um poema.
pétalas...
queria eu, amor, na minha pobre fantasia
contar-te os sonhos em que desfolho flores
e com suas pétalas alivio nossas dores
eu queria, meu amor, na triste fantasia!
são noites que não durmo a teu lado
ah... como se alguma vez o tenha feito!
e o meu leito por ti nunca desfeito
para ti se mantem branco e imaculado
o teu amor corre pelos campos
colhendo, uma a uma, as flores silvestres
e livremente acaricias os seus corpos
queria eu, meu amado, ser a flor
que soubesses em vida te sonhava
para ao meu jardim vires buscar amor
Luísa
Pin gente
sexta-feira, 15 de maio de 2009
29 flores, um poema.
Como rios que se apartam e ao mar retornam.
Como hortênsias que se fanam e reflorescem.
Como taças de água que se enchem e não se entornam.
Como rostos que se perdem e não se esquecem.
Como jóia rutilante em colo de moça.
Como as datas memoráveis se festejam.
Como açúcar que a nossa boca adoça.
Os Poemas são palavras que nos beijam.
Clotilde Simões
Textos e Pretextos
quinta-feira, 14 de maio de 2009
29 flores, um poema.
se flor eu fosse
inundava a cidade
de torrentes de poemas
se flor eu fosse
seria o sangue das ruas
praças de veias coloridas
em canteiros de multicores
se flor eu fosse
trovejava de solfejos
o som das pétalas ritmadas
transferindo as cores de Maio
para o eterno jardim da liberdade
H.
Poetaeusou
quarta-feira, 13 de maio de 2009
29 flores, um poema.
Na manhã azul...
Na manhã azul o som ouviu-se inconfundível.
Na manhã azul o som ouviu-se inconfundível.
Apurei o ouvido, não tinha dúvidas.Fui à varanda, o som ouvia-se mais nítido e depois o homem surgiu com a bicicleta à mão, com aquele ar de senhor do mundo, assobiando no seu realejo.Era um amolador de facas e tesouras , daqueles que também concertam chapéus e alguidares...E logo a minha memória evocou a minha mãe e avó paterna a procurarem as facas que já não cortavam bem, assim como as tesouras.E assistia com espanto à obra de arte que era gatear um prato de estimação ou um alguidar enorme onde a carne para as chouriças ficava em vinha de alho até ficar no ponto...Agora tudo tem um curto prazo de validade, a minha avó e a minha mãe já não procuram nada e eu nem sei fazer chouriças...E logo ontem, que deitei para o lixo uns pratos rachados...
E pensei que este amolador na manhã azul era um poema!
Ouvem-no?
Rosa
terça-feira, 12 de maio de 2009
29 flores, um poema.
palavras...
palavras gravadas na pedra e oferecidas ao vento do amor, palavras com cheiro de pele, de sangue, de suor, de dor, de riso e de esperança, embrulhadas como prendas e levadas no bico dos pássaros, palavras leves,beijos de água, que servem para lavar as mágoas, palavras aladas, luminosas, musicais, que se reportam ao percurso da alma...
Eduardo Aleixo
À Beira de Água
palavras gravadas na pedra e oferecidas ao vento do amor, palavras com cheiro de pele, de sangue, de suor, de dor, de riso e de esperança, embrulhadas como prendas e levadas no bico dos pássaros, palavras leves,beijos de água, que servem para lavar as mágoas, palavras aladas, luminosas, musicais, que se reportam ao percurso da alma...
Eduardo Aleixo
À Beira de Água
segunda-feira, 11 de maio de 2009
29 flores, um poema.
domingo, 10 de maio de 2009
29 flores, um poema.
FLORES PARA VOCÊS!
Ouvi dizer que do lado de lá, já há Sol. Que as primeiras flores começam a querer despontar. Que tenha quem ande a tomar gelados nas esplanadas, ou a comer docinhos nos cafés virados ao mar. E na volta para casa, talvez já se vejam mimosas à beira do caminho.
Digam lá amigos. Já cheira à Primavera?
Ouvi dizer que do lado de lá, já há Sol. Que as primeiras flores começam a querer despontar. Que tenha quem ande a tomar gelados nas esplanadas, ou a comer docinhos nos cafés virados ao mar. E na volta para casa, talvez já se vejam mimosas à beira do caminho.
Digam lá amigos. Já cheira à Primavera?
Então, encham seus dias de flores que ela vem mais depressa!
Mila
Pitanga Doce
sábado, 9 de maio de 2009
29 flores, um poema.
Perguntei a alguém um dia porque ouvia esta ou aquela música se lhe trazia imagens mais marcantes e pouco apaziguadoras. A resposta foi algo do género: Doí ouvir mas, são lindas!!
Correndo o olhar por um escaparate de música algo me despertou a atenção. Verifiquei e comprei. Quando o ouvi em casa, percebi através do mar dos olhos, o porquê da resposta que me tinha sido dada.
Doí ouvir, mas ... apesar das lembranças poderem magoar, surgem também sensações de saudade mas com um sabor agradável. Palavras que foram ditas, alegrias transmitidas, percepções da mesma realidade... sensações que não voltam mas que ficam para sempre guardadas!
Alexandra
A Kind of Magic II
sexta-feira, 8 de maio de 2009
29 flores, um poema.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
29 flores, um poema.
Poucas janelas tinham a beleza e o encanto da do seu quarto no casarão dos avós...
Era capaz de ficar por ali horas, a olhar em todas as direcções. No lado norte via o azul do mar e escutava as ondas a enrolarem-se na areia, um pouco antes sentia a mansidão do rio, que se preparava para se entregar ao oceano, em frente, a poucos metros, tinha a aldeia, simples e calma como os seus habitantes, no lado sul descobria os campos verdes que se perdiam para lá da linha do horizonte, com e sem montes...
Nos dias transparentes e límpidos ainda conseguia ver a ilha, plantada no Atlântico.
O relógio do tempo nunca parava e ele era forçado a voltar para dentro, furando a anarquia dos seus dias, quase selvagens...
Era capaz de ficar por ali horas, a olhar em todas as direcções. No lado norte via o azul do mar e escutava as ondas a enrolarem-se na areia, um pouco antes sentia a mansidão do rio, que se preparava para se entregar ao oceano, em frente, a poucos metros, tinha a aldeia, simples e calma como os seus habitantes, no lado sul descobria os campos verdes que se perdiam para lá da linha do horizonte, com e sem montes...
Nos dias transparentes e límpidos ainda conseguia ver a ilha, plantada no Atlântico.
O relógio do tempo nunca parava e ele era forçado a voltar para dentro, furando a anarquia dos seus dias, quase selvagens...
Luís Milheiro
Largo da Memóriaquarta-feira, 6 de maio de 2009
terça-feira, 5 de maio de 2009
...acontece...
Quando a tecnologia comanda até os nossos pequenos prazeres e nos resolve pregar uma partida no melhor da festa - que fazer?!
Nada.
Aconteceu quando eu estava a gostar tanto de editar este Maio: 30 flores, um poema.
O computador, que contém a pasta das imagens para este trabalho pifou...
Assim que for possivel regresso, se ainda tiver ânimo.
Que ano de 2009! Irra!
Desculpem,
Maria P.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
30 flores, um poema.
domingo, 3 de maio de 2009
30 flores, um poema.
Mães
Afagam os cabelos dos filhos
com dedos desarmados
e pensam fios de linho
no tear das lembranças
do enxoval.
Do linho nascem panos impolutos
com que dedos armados vão rasgar
até que os fios tornem.
Quando os filhos partirem,
percorrerão os vales,
subirão os montes
com os fios do linho nos braços
a cantar.
Alguns ficarão presos em silvados.
Outros se perderão pelos caminhos. Mas
a paciência das mulheres é infinita
quando se trata de voltar ao tempo
de afagar as sedas
ou de rasgar o linho até ao fio do olhar.
Licínia Quitério
De Pé Sobre O Silêncio
sábado, 2 de maio de 2009
30 flores, um poema.
sexta-feira, 1 de maio de 2009
30 flores, um poema.
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