quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Págª 107


- Você, então, é monárquico mesmo?
- Fui, fui.
- Ah, aderiu à república?
- Não. Hoje não me satisfaz nem uma coisa nem outra.
- Então?
- É um desejo que tenho de justiça para todos.
Sem dúvida, a humanidade está longe ainda da elevação colectiva que eu sonho para ela. Mas a elevação é coisa tão lenta e a vida de cada um tão pequena, que eu, às vezes, penso que a sede de justiça que há por toda a parte acabará por marchar à frente...
Penso que têm razão os que querem um mundo mais justo.

Ferreira de Castro
«A Selva»

7 comentários:

Lídia Borges disse...

A razão está do lado dos que querem um mundo mais justo, é verdade, mas a complexidade da humanidade é muito maior do que isso. Teríamos de começar por definir o conceito de justiça que pode não querer dizer o mesmo, em todas as cabeças.

Tenho de reler a "Selva". Este excerto abriu-me o apetite...

Um beijo

Luis Eme disse...

razão tinha ele, faltava o resto...

beijinho M. Maria Maio

Rosa dos Ventos disse...

Um mundo mais justo é sempre uma boa razão para não se ficar de braços cruzados!

Abraço

Mar Arável disse...

Palavras sábias

São disse...

Ah, que surpresa boa encontrar Ferreira de Castro e o seu magnífico "A SElva"!

Bom final de semana

AS letras é que não me agradam , de todo...

Maria P. disse...

Ferreira de Castro está sempre presente nos meus dias...

"A Selva" surge aqui e agora por causa de um projecto novo: leitura encenada deste livro...

Uma das razões de estar mais afastada de todos vós.

Muito trabalho...

Beijinhos*

augusto, um entre mil disse...

a sede de justiça...

por toda a parte !...

fiquei a pensar em justiça popular...

que barbaridades se cometeram, que crimes se cometeriam...

porque cada um quer a justiça à sua medida, a seu favor.