terça-feira, 25 de abril de 2006

No baloiçar da cadeira...

Uma Lição de Silêncio

Quando uma borboleta
Batia suas asas
Forte de mais, gritavam-lhe:
Silêncio, por favor!

Se um pássaro assustado
roçava a pluma num
raio de sol, gritavam-lhe:
Silêncio, por favor!

Assim os elefantes
aprenderam a andar
sem som sobre o tambor -
os homens, sobre a terra.

As árvores nos campos
Se erguiam silenciosas
Como os cabelos quando
Se eriçam de terror.

Tymoteusz Karpowicz (n.1921)
Trad. de Nelson Ascher

1 comentário:

Diafragma disse...

“Words irritate. Gestures mislead. Emotions dissolve. Only sounds speak a language that might be understood. If one opens the heart, would there be someone receptive enough? But who is listening? Who is able to feel it? Often I do ask myself, where does a heartbeat identical to mine exist? And the attempt of an answer is out there, on the other end of my own sound”

(Gidon Kremer http://www.kremerata-baltica.com/biokremer.htm)