Vive o instante que passa. Vive-o intensamente até à última gota de sangue. É um instante banal, nada há nele que o distinga de mil outros instantes vividos. E no entanto ele é o único por ser irrepetível e isso o distingue de qualquer outro. Porque nunca mais ele será o mesmo nem tu que o estás vivendo. Absorve-o todo em ti, impregna-te dele e que ele não seja pois em vão no dar-se-te todo a ti. Olha o sol difícil entre as nuvens, respira à profundidade de ti, ouve o vento. Escuta as vozes longínquas de crianças, o ruído de um motor que passa na estrada, o silêncio que isso envolve e que fica. E pensa-te a ti que disso te apercebes, sê vivo aí, pensa-te vivo aí, sente-te aí. E que nada se perca infinitesimalmente no mundo que vives e na pessoa que és.
Vergílio Ferreira
«Conta-Corrente IV»
8 comentários:
Acho que é o que faço. Ou pelo menos tento fazer...
Beijinho, minha Maria
Eh Pá!
O texto é lindíssimo e profundo!
faz muito sentido. Desconhecia.
Beijo
João P.
Trincar a vida é uma arte.
Bj.
Palavras sábias.
Maria,
eu tento, mas...
Beijinho*
João,
gosto de ler Vergílio Ferreira, um dia explico-te porquê...
Beijinho*
Mateso,
uma arte imperfeita...
Beijinho*
Eduardo,
fazem tanto sentido, digo eu...
Beijinho*
Adorei o texto, aliás gosto de Virgílio Ferreira, obrigado por este bocadinho.
Abraço
Talina
Talina,
bem-vinda à Casa, obrigada.
Um abraço*
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serranias . . .
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bji,h,
,
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