segunda-feira, 1 de junho de 2009

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Vive o instante que passa. Vive-o intensamente até à última gota de sangue. É um instante banal, nada há nele que o distinga de mil outros instantes vividos. E no entanto ele é o único por ser irrepetível e isso o distingue de qualquer outro. Porque nunca mais ele será o mesmo nem tu que o estás vivendo. Absorve-o todo em ti, impregna-te dele e que ele não seja pois em vão no dar-se-te todo a ti. Olha o sol difícil entre as nuvens, respira à profundidade de ti, ouve o vento. Escuta as vozes longínquas de crianças, o ruído de um motor que passa na estrada, o silêncio que isso envolve e que fica. E pensa-te a ti que disso te apercebes, sê vivo aí, pensa-te vivo aí, sente-te aí. E que nada se perca infinitesimalmente no mundo que vives e na pessoa que és.

Vergílio Ferreira
«Conta-Corrente IV»

8 comentários:

Maria disse...

Acho que é o que faço. Ou pelo menos tento fazer...

Beijinho, minha Maria

João Paulo Proença disse...

Eh Pá!

O texto é lindíssimo e profundo!

faz muito sentido. Desconhecia.

Beijo

João P.

Mateso disse...

Trincar a vida é uma arte.
Bj.

Unknown disse...

Palavras sábias.

Maria P. disse...

Maria,
eu tento, mas...
Beijinho*

João,
gosto de ler Vergílio Ferreira, um dia explico-te porquê...
Beijinho*

Mateso,
uma arte imperfeita...
Beijinho*

Eduardo,
fazem tanto sentido, digo eu...
Beijinho*

Talina disse...

Adorei o texto, aliás gosto de Virgílio Ferreira, obrigado por este bocadinho.

Abraço

Talina

Maria P. disse...

Talina,
bem-vinda à Casa, obrigada.
Um abraço*

poetaeusou . . . disse...

*
serranias . . .
,
bji,h,
,
*