sábado, 2 de janeiro de 2010

Leituras...

É no momento que encerra a beleza de um gesto
que se prolonga a vida -

Na carne afeiçoada à mão apagam-se os sinais
de antigas fogueiras: o dilúvio do amor
veio lavar as cicatrizes deste mundo; e as pregas
de um rochedo que desafia o génio das marés
não lembram mais do que uma colcha amarrotada.

Agora, pode pintar-se o retrato do vento
nos esquadro da janela. O tempo não se mexe.
A vida, por um instante, é enorme.

Maria do Rosário Pedreira
O Canto do Vento nos Ciprestes

5 comentários:

Joaquim Moedas Duarte disse...

Maria do Rosário Pedreira! Também gosto! E muito!

Saravá!

Lídia Borges disse...

Fiquei parada neste versos:

"Agora, pode pintar-se o retrato do vento
nos esquadros da janela. O tempo não se mexe.
A vida, por um instante, é enorme."

É enorme a poesia!

L.B.

Luis Eme disse...

sim, a vida às vezes parece larga como o céu...

bjs M. Maria Maio

Unknown disse...

Esta voz poética é muito, muito bonita...De vez em quando tu a trazes e é bom lê-la, ouvi-la...

Maria disse...

Já hoje li Maria do Rosário Pedreira em 3 blogues... começa-se bem o ano, com poesia!
Não esqueço quem ma deu a conhecer... :)))

Beijinho, minha Maria!