É no momento que encerra a beleza de um gesto
que se prolonga a vida -
Na carne afeiçoada à mão apagam-se os sinais
de antigas fogueiras: o dilúvio do amor
veio lavar as cicatrizes deste mundo; e as pregas
de um rochedo que desafia o génio das marés
não lembram mais do que uma colcha amarrotada.
Agora, pode pintar-se o retrato do vento
nos esquadro da janela. O tempo não se mexe.
A vida, por um instante, é enorme.
Maria do Rosário Pedreira
O Canto do Vento nos Ciprestes
5 comentários:
Maria do Rosário Pedreira! Também gosto! E muito!
Saravá!
Fiquei parada neste versos:
"Agora, pode pintar-se o retrato do vento
nos esquadros da janela. O tempo não se mexe.
A vida, por um instante, é enorme."
É enorme a poesia!
L.B.
sim, a vida às vezes parece larga como o céu...
bjs M. Maria Maio
Esta voz poética é muito, muito bonita...De vez em quando tu a trazes e é bom lê-la, ouvi-la...
Já hoje li Maria do Rosário Pedreira em 3 blogues... começa-se bem o ano, com poesia!
Não esqueço quem ma deu a conhecer... :)))
Beijinho, minha Maria!
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