Balada para um Homem na Multidão
Este homem que entre a multidão
enternece por vezes destacar
é sempre o mesmo aqui ou no japão
a diferença é ele ignorar.
Muitos mortos foram necessários
para formar seus dentes um cabelo
vai movido por pés involuntários
e endoidece ser eu a percebê-lo.
Sentam-no à mesa de um café
num andaime ou sob um pinheiro
tanto faz desde que se esqueça
que é homem à espera que cresça
a árvore que dá dinheiro.
Alimentam-no do ar proibido
de um sonho que não é dele
não tem mais que esse frasco de vidro
para fechar a estrela do norte.
E só o seu corpo abolido
lhe pertence na hora da morte.
Natália Correia
«O Vinho e a Lira»
3 comentários:
Esta Mulher escreveu poemas enormes! Tão grandes como a sua truculência!
Obrigada pela partilha.
Beijinho, minha Maria!
Maria P.
Desconhecia e é bem verdadeiro (infelizmente!)
Obrigado
João
um poema no minimo estranho...
beijinho M. Maria Maio
Enviar um comentário