Na manhã azul...
Na manhã azul o som ouviu-se inconfundível.
Na manhã azul o som ouviu-se inconfundível.
Apurei o ouvido, não tinha dúvidas.Fui à varanda, o som ouvia-se mais nítido e depois o homem surgiu com a bicicleta à mão, com aquele ar de senhor do mundo, assobiando no seu realejo.Era um amolador de facas e tesouras , daqueles que também concertam chapéus e alguidares...E logo a minha memória evocou a minha mãe e avó paterna a procurarem as facas que já não cortavam bem, assim como as tesouras.E assistia com espanto à obra de arte que era gatear um prato de estimação ou um alguidar enorme onde a carne para as chouriças ficava em vinha de alho até ficar no ponto...Agora tudo tem um curto prazo de validade, a minha avó e a minha mãe já não procuram nada e eu nem sei fazer chouriças...E logo ontem, que deitei para o lixo uns pratos rachados...
E pensei que este amolador na manhã azul era um poema!
Ouvem-no?
Rosa
15 comentários:
Como dizer?
Escolheste uma rosa linda para o texto da Rosa dos Ventos... texto que me fez recuar uns anos, aos gatos em alguidares de barro e fundos de panelas novos.
O amolador, esse, ainda passa por aqui, de vez em quando, ao domingo.
Ouço-o sempre e recuo no tempo...
Obrigada por tão boas memórias.
Beijinho, minha Maria
Maria P.
Fizeste reavivar memórias muito antigas...
Obrigado
João P.
nas manhãs azuis, tudo é poesia...
beijos M. Maria Maio
Esta bela fotografia desta linda rosa foi, quase de certeza, tirada numa manhã azul... :)
Beijinho(S)
Memórias de infância, da casa da avó, das tias mais velhas e dos seus pratos cavalinho.
Linda rosa amarela e bela rosa dos ventos.
Beijos
na minha memória o amolador de tesouras, com a sua gaita de beiços, é um dos meus poemas de infância
Nesta manhã onde o azul aparece timidamente entre o branco das nuvens, fiquei comovida com a tua gentileza e a tua bela rosa amarela!
Hoje, nesta santa terra, só ouço o zumbido de um besouro gigante que se afadiga na vigilância e protecção do formigueiro que circula cá em baixo...
Abraço
Ainda há o amola -tesouras. Ainda há. Mas é figura que tende a desaparecer. Bom texto e evocativo de coisas antigas, mas boas. Parabems às duas amigas. Gostei muito. E também da flor, claro.
Ouço sim, Maria P e Rosa. Ouvia-o tão bem quando criança! Lá ia minha mãe com tachos e eu não entendia muito bem o que era feito ali, só sei que mais tarde lá aparecia a panela que não tinha mais aonde se pegar com uma "asa" nova.
A faca amolada servia para matar as galinhas. De um corte só. Um horror!
bom dia meninas
é uma das recordações que tenho da infância, aquela musiquinha...
bonitas rosas
beijo
Diziam-no galego.
Galego era o seu caminhar.
Beijos.
Recordar um texto de uma Rosa....mesmo que seja dos Ventos.
Lindo ...
A foto e o texto.
Beijitos
A Rosa, o amolador e... a chuva.
Em primeiro lugar obrigada Rosa por escreveres assim ao Vento, e não são palavras que o vento leva, ficam (me). Obrigada.
Beijinho, e sorriso de Maio*
A todos grata, pela presença, assim...
*
rosada memória
harmónica soprada
tesoura aventada
amolador dos tempos
vivencia deixada
pela Rosa dos Ventos,
,
bonito texto, o teu
,
regredi á meninice
infelizmente estão a voltar,
crise ou lei da sobrevivência,
ao fundo da minha rua
ouço o som da “Gaita”
é o Francisco, filho e neto,
de amoladores, o avô Galego,
veio para “aqui” em 1939,
deixou Guarnica antes de . . .
os filhos do Chico, licenciados,
não conseguem emprego,
ele ao fim de semana, veste o
fato do avô, não o imita, porque
ele é o avô, que eu ainda conheci . . .
,
obrigado Rosa dos Ventos,
pala tua partilha,
grato a Casa de Maio
pela coordenação,
,
conchinhas
,
*
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