Construíste na montanha a tua casa,
escondida a meia encosta, apartada
da cidade dos homens e distante
de todas as tuas outras casas.
É lá teu refúgio, é lá que guardas
o que mais vale em ti, o que mais prezas:
Farrapos de arco-íris, uns quantos raios
de luz, alguns cheiros da terra, do feno e
dos cavalos. Muitas danças: danças de
animais e homens, sinfonias de corpos, de
nervos e de músculos. Vários sons do ar
e canções de cristal encostadas a
um punhado de palavras plenas de sentidos.
É para aí que vais quando precisas
de fugir do mundo para te encontrares
contigo. Ai te bastas tu e o teu espírito e
o velho bordão de oliveira brava.
Aí te bastas; mas manténs a porta aberta
e muitos presentes preparados. De vez em quando,
lanças os olhos longe no caminho, esperas ouvir
os improváveis passos doutros caminheiros.
Vasco Pontes
13 comentários:
Já tinha saudades de ler Vasco Pontes...
A foto é fantástica!
Beijinho, Maria
As tuas fotos continuam...
... tu sabes como continuam!
A imagem custou um pouquinho a abrir mas eu já imaginava que seria assim. Por quê???
beijos
a neve é sempre tão mágica...
boas fotos, gostei :)
beijinho!
Ora que bela poesia. Não conhecia V. Pontes.
Abraços d´ASSIMETRIA DO PERFEITO
Não era preciso o velho bordão de oliveira brava...mas com ele, puxa, o poema fica divinal. A mim, diz-me muito.Muito, é pouco!
Beijos grandes, Maria.
EA
Claro que a foto é ... não sei como dizer!
A casinha na foto é ...uma pérola. É... uma gota de orvalho. É... uma corsa. É um coelhinho, ou melhor;... uma coelhinha.
Eduardo
Bela a imagem, belo o poema!
Abraço de uma improvável caminheira
*
a montanha,
do ser . . .
,
bj,h,
,
*
todos precisamos de uma casa na montanha, na praia ou no campo, para nos encontramos com nós mesmos...
beijos M. Maria Maio
"invejável" poema...
beijos
Nestes últimos dias do ano tem sido um prazer escolher palavras de alguns Amigos da Casa para acompanharem as minhas fotos.
Obrigada a todos, beijinhos*
É aqui que deixo, porque me toca, os abraços e desejos que pensei. Para ti, Maria-maio, dum ano que seja horizonte não vago. Aqui, por onde venho à janela (da casa, escondida).
Bjinho
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