sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Outra Janela...

a casa da montanha

Construíste na montanha a tua casa,
escondida a meia encosta, apartada
da cidade dos homens e distante
de todas as tuas outras casas.

É lá teu refúgio, é lá que guardas
o que mais vale em ti, o que mais prezas:
Farrapos de arco-íris, uns quantos raios
de luz, alguns cheiros da terra, do feno e
dos cavalos. Muitas danças: danças de
animais e homens, sinfonias de corpos, de
nervos e de músculos. Vários sons do ar
e canções de cristal encostadas a
um punhado de palavras plenas de sentidos.
É para aí que vais quando precisas
de fugir do mundo para te encontrares
contigo. Ai te bastas tu e o teu espírito e
o velho bordão de oliveira brava.

Aí te bastas; mas manténs a porta aberta
e muitos presentes preparados. De vez em quando,
lanças os olhos longe no caminho, esperas ouvir
os improváveis passos doutros caminheiros.

Vasco Pontes


13 comentários:

Maria disse...

Já tinha saudades de ler Vasco Pontes...
A foto é fantástica!

Beijinho, Maria

mfc disse...

As tuas fotos continuam...
... tu sabes como continuam!

Pitanga Doce disse...

A imagem custou um pouquinho a abrir mas eu já imaginava que seria assim. Por quê???

beijos

Joana Vieira disse...

a neve é sempre tão mágica...
boas fotos, gostei :)

beijinho!

Anónimo disse...

Ora que bela poesia. Não conhecia V. Pontes.


Abraços d´ASSIMETRIA DO PERFEITO

Unknown disse...

Não era preciso o velho bordão de oliveira brava...mas com ele, puxa, o poema fica divinal. A mim, diz-me muito.Muito, é pouco!
Beijos grandes, Maria.
EA

Unknown disse...

Claro que a foto é ... não sei como dizer!
A casinha na foto é ...uma pérola. É... uma gota de orvalho. É... uma corsa. É um coelhinho, ou melhor;... uma coelhinha.
Eduardo

Rosa dos Ventos disse...

Bela a imagem, belo o poema!

Abraço de uma improvável caminheira

poetaeusou . . . disse...

*
a montanha,
do ser . . .
,
bj,h,
,
*

Luís Milheiro disse...

todos precisamos de uma casa na montanha, na praia ou no campo, para nos encontramos com nós mesmos...

beijos M. Maria Maio

Manuel Veiga disse...

"invejável" poema...

beijos

Maria P. disse...

Nestes últimos dias do ano tem sido um prazer escolher palavras de alguns Amigos da Casa para acompanharem as minhas fotos.

Obrigada a todos, beijinhos*

bettips disse...

É aqui que deixo, porque me toca, os abraços e desejos que pensei. Para ti, Maria-maio, dum ano que seja horizonte não vago. Aqui, por onde venho à janela (da casa, escondida).
Bjinho