sexta-feira, 26 de maio de 2006

Ao anoitecer...

As cartas dele! Papel morto e frio...
Parecem hoje estremecer, no entanto
e tomar vida, e palpitar, enquanto
com as trémulas mãos lhes solto o fio.

Esta lembra um encontro fugidio;
esta, uma coisa simples: o encanto
dum aperto de mão; mas diz-me tanto
que um dia todo, ao lê-la, choro e rio.

Esta me escreve: «Adoro-te, querida!»
e caí, deslumbrada, a soluçar
como se fosse o fim da minha vida!

Mas esta... A tua fé, no próprio altar,
viste, ó Amor, vilmente escarnecida,
se o que esta diz eu devo acreditar.


Elizabeth Barrett Browning
Trad.: Luiz Cardim

5 comentários:

filomena disse...

Linda escolha.

Bom fim-de-semana, beijinhos.

DE-PROPOSITO disse...

A poesia é linda, que mais posso dizer.
Fica bem.
Manuel

João disse...

Tudo é lkindo quando sentido

Maria P. disse...

Obrigada Filomena, beijinho e bom sábado.

Bem vindo Manuel a esta casa.

João, tudo o que aqui escrevo é sentido, à minha maneira, mas com muito sentimento. Beijinho.

Maria P. disse...

Jorge obrigada, beijinho.