Não tenhas medo do amor. Pousa a tua mão
devagar sobre o peito da terra e sente respirar
no seu seio os nomes das coisas que ali estão a
crescer: o linho e a genciana; as ervilhas-de-cheiro
e as campainhas azuis; a menta perfumada para
as infusões do verão e a teia de raízes de um
pequeno loureiro que se organiza como uma rede
de veias na confusão de um corpo. A vida nunca
foi só inverno, nunca foi só bruma e desamparo.
Se bem que chova ainda, não te importes: pousa a
tua mão devagar sobre o teu peito e ouve o clamor
da tempestade que faz ruir os muros: explode no
teu coração um amor-perfeito, será doce o seu
pólen na corola de um beijo, não tenhas medo,
hão-de pedir-to quando chegar a primavera.
Maria do Rosário Pedreira
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7 comentários:
Não conhecia. Obrigado.
Pois...há quem tenha medo e não sabe o que perde!
Beijoca
*
A vida nunca foi só inverno,
nunca foi só bruma e desamparo.
*
é . . . e o tudo,
é . . . a vida
*
h
*
Pousei a mão... em mais um lindo poema desta grande poetisa (que conheci aqui...).
Abraço
Depois voltarei para comentar. Hoje só quero convidar-te a juntares-te a nós no NOTAS SOLTAS IDEIAS TONTAS (http://notassoltasideiastontas.blogspot.com) no grito contra a pobreza, hoje dia 17/10/07 em que, internacionalmente, se exige a sua erradicação.
medo do amor?
pousei a mão no meu amor
apertei-o no peito
levei-o à boca
senti-o perfeito
pousou-me a mão o meu amor
aceitou-me para si
levou-me aos seus lábios
para a vida nasci
as palavras desta senhora crescem em sentir dentro de mim a olhos vistos.....
obrigada por (mais) esta partilha.
@-,-'-
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