A Origem do Mundo
De manhã, apanho as ervas do quintal. A terra,
ainda fresca, sai com as raízes; e mistura-se com
a névoa da madrugada. O mundo, então,
fica ao contrário: o céu, que não vejo, está
por baixo da terra; e as raízes sobem
numa direcção invisível. De dentro
de casa, porém, um cheiro a café chama
por mim: como se alguém me dissesse
que é preciso acordar, uma segunda vez,
para que as raízes cresçam por dentro da
terra e a névoa, dissipando-se, deixe ver o azul.
Nuno Júdice
in: «Meditação sobre Ruínas»
6 comentários:
e como é importante, vermos o azul...
beijos M. Maria Maio
Gosto da poesia do Nuno Júdice.
EA
gosto muito de nuno júdice, maria
obrigada
luísa
Percepções matinais em palavras perfeitas- Semore Nuno Júdice.
Bj.
*
nuno judice,
de sempre . . .
,
bj,
h,
,
*
Luís,
mesmo num dia de tempestade...
Beijos.
Eduardo,
somos dois.
Beijinhos*
Luísa,
diz tanto esta poesia...
Beijinhos*
Mateso,
perfeitas sim...
Beijinhos*
Poetaeusou,
é verdade...
Beijinhos*
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