quarta-feira, 12 de novembro de 2008

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Esta noite o vento ceifa os bosques e
uma raiva sacode a terra. Se a voz
do mar chamasse pelas velas, os estreitos
aguardariam um naufrágio. E se dissesses
o meu nome eu morreria de amor.

Devo, por isso, afastar-me de ti - não
por medo de morrer (que é de já não
o ter que tenho medo), mas porque a chuva
que devora as esquinas é a única canção
que se ouve esta noite sobre o teu silêncio.

Maria do Rosário Pedreira
«O Canto do Vento nos Ciprestes »

6 comentários:

Maria disse...

Mais uma vez te agradeço teres-me dado a conhecer esta Poeta...

Beijinho, Maria

Maria P. disse...

Maria,
esta poesia é o meu refúgio, o meu porto de abrigo...
Beijinho*

Luis Eme disse...

o poema é bomito, como quase todos os da Rosário.

o vento é terrível, quando quer...

beijos M. Maria Maio

Maria P. disse...

Luís,
quase todos, gosto...
é vento de Outono, desalinha-nos...
Beijos*

PreDatado disse...

Muito bonito. Quase que me apetecia dizer que não será o pior, morrer de amor. Mas é melhor de facto abrigar-se porque quem anda à chuva molha-se. Vou espiolhar um pouco mais o blog.

poetaeusou . . . disse...

*
boa escolha,
como sempre,
,
bj, h,
,