domingo, 2 de março de 2008

Ao entardecer...

É no momento que encerra a beleza de um gesto
que se prolonga a vida -

Na carne afeiçoada à mão apagam-se os sinais
de antigas fogueiras: o dilúvio do amor
veio lavar as cicatrizes deste mundo; e as pregas
de um rochedo que desafia o génio das marés
não lembram mais do que uma colcha amarrotada.

Agora, pode pintar-se o retrato do vento
nos esquadro da janela. O tempo não se mexe.
A vida, por um instante, é enorme.

Maria do Rosário Pedreira
O Canto do Vento nos Ciprestes

9 comentários:

Luis Eme disse...

São tão bons esses momentos, em que o tempo não mexe, a vida, ainda por um breve instante, torna-se enorme...

Beijos Maria Maio

Maria disse...

Sorrio ao ler o último verso...
"A vida, por um instante, é enorme." Pois é. E ontem, depois do instante enorme, fui comprar mais 2 livros desta autora....
Obrigada por ma dares a conhecer.

Beijinho, Maria

Manuel Veiga disse...

gostei muito. belos os instantes enormes. pena serem poucos...

Oris disse...

Gostei logo, do início do poema...

Não conhecia, mas gostei de o ler...

Beijitos

nana disse...

agora adormecem os sentidos

embalados em sentir



..





x

Maria P. disse...

Luís,
e todos os sentidos, fazem mais sentido, juntos nesse momento...
Beijos.

Maria,
foi através deste livro que conheci Maria do Rosário Pedreira e a sua poesia, que, é enorme.
Pelo menos para mim.
Beijinho*

Herético,
temos de sabe dar o valor.
Beijinhos*

Oris,
eu também gosto do todo, não consigo escolher uma frase.
Beijitos*

Nana,
um sentir enorme...no tempo.
Beijinho*

Isamar disse...

Maria do Rosário Pedreira, uma poetisa contemporânea cuja obra muito admiro. Um belo poema!

Beijinhossss

Apenas um homem disse...

Momentos únicos... excedlente trabalho Maria, os meus parabéns continuas a escrever maravilhosamente.

Uma boa semana,
Beijo
Fernando

Maria P. disse...

Sophiamar,
concordo totalmente.
Beijinho*

Fernando,
obrigada. Bem-vindo à Casa de Maio.
Beijinho*