segunda-feira, 17 de março de 2008

Ao entardecer...

Quantas pessoas caminham na
minha direcção? Quantas me
descobrem por entre a multidão
e pousam os seus olhos inteiros
nos meus olhos? Podia acreditar

que entre elas está o homem que
trocaria comigo os dedos sobre a
mesa, uma palavra que fosse gomo
de laranja e poema, o corpo aceso

sob o lençol cansado de mais um
dia. Mas quantos destes rostos de
pedra que me cercam escondem o
seu pelas ruas desta tarde? Quantos
nomes de acaso e de silêncio terei
eu de escutar para descobrir o seu

no meu ouvido? Quantas pessoas
caminham contra mim?

Maria do Rosário Pedreira
Nenhum Nome Depois

6 comentários:

Ka disse...

Tocantes estas palavras de MRP.
Ela é po exemplo acabado de quem escreve como forma de exorcizar a solidão de um amor...não correspondido.

Beijoca :)

Pitanga Doce disse...

"...o homem que trocaria comigo os dedos sobre a mesa".
Esta frase e o resto do poema, sintetizam momentos de amor e procura. Ou a procura do amor...

Luís Milheiro disse...

Lindo...

beijos Maria Maio

Maria disse...

..."o corpo aceso
sob o lençol cansado"...

:))))
Obrigada por meteres dado a conhecer esta poeta.

Beijinho, Maria

Manuel Veiga disse...

poema belo. como as tuas escolhas. sempre...

Maria P. disse...

Ka,
toda a poesia é tocante, quando bem escrita, ou sentida...
Beijinho*

Pitanga,
a procura talvez...digo eu:)
Beijinho*

Luís,
belíssimo...
Beijos*

Maria,
eu adoro ler esta poetisa!
Beijinho*

Herético,
é muito bonito sim.
Beijinho*