quinta-feira, 26 de março de 2009

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Chegaste

Chegaste! E compreendemo-nos calados.
Fico tranquila, sob o teu olhar,
Como criança ao sol, que faz brilhar
De alegria os seus olhos deslumbrados.

Errei, nos meus receios infundados!
Mas, de tudo, o que dá maior pesar
É termos, tu e eu, podido estar,
Sequer por momentos, separados.

Fica junto de mim; e, se o receio
No meu peito se erguer, põe de permeio
Teu grande coração, serenamente.

Fortalece, co'o teu, o meu pensar,
Que, sem ti - ave tímida, a voar
Num céu deserto -, treme, intimamente.


Sonetos Portugueses
Elizabeth Barret Browning
Trad. de Manuel Corrêa de Barros

12 comentários:

PreDatado disse...

É um soneto muito bonito que eu ainda não conhecia

Maria disse...

Não conhecia esta autora.
Hoje apeteceu-me fazer o mesmo que as gaivotas...
:))

Beijinho, minha Maria

João Paulo Proença disse...

"Chegaste! E compreendemo-nos calados."

Quando isto acontece... é tudo

Beijo

João

Clotilde S. disse...

Não resisto à beleza intensa de um soneto.

Belas palavras!

Unknown disse...

As gaivotas andam muito atrasadas.
Se forem avaliadas pela Ministra da Educação, vão ser presas. No Farol.
Beijos.
EA

o Reverso disse...

aqui nos presenteaste com um poema maravilhoso de uma grande poetisa.
e se o poema é excelente também o mesmo se aplica à tradução para português.

estás de parabéns.

e nós,teus leitores, também.

obrigado

Justine disse...

Belíssimo. Obrigada:))

Manuel Veiga disse...

muito belos. o soneto e a foto...
gostei muito.

beijo

Pitanga Doce disse...

Gaivotas são sempre bem vindas. Poesia também.

boa tarde Maria P.

Alfredo Rangel disse...

"Compreendemo-nos calados", como só o amor consegue fazer.
Lamento dos "momentos separados", como só o amor consegue fazer enxergar.

Beijo

as velas ardem ate ao fim disse...

Lindissimo.

um bjo

pin gente disse...

muito bonito, maria