Um Homem percorre o mundo inteiro em busca daquilo que precisa e volta a casa para encontrá-lo. "George Moore"
sábado, 31 de maio de 2008
Ao amanhecer ...
O TEMPO DE MAIO
Maio é o tempo da perfeita harmonia.
Trajado de negro, mal rompe a luz
O melro canta uma canção de clara alegria.
Nos campos se abraçam as flores e as cores.
O cuco saúda o verão majestoso com galhardia.
Passou o tempo dos dias ruins, a brisa é doçura.
No bosque as árvores de folhas se vestem
E se foram nuas agora são sebe de verde espessura.
O verão vem chegando e corre sem pressa a água no rio.
Manadas ligeiras nas águas mansas a sede saciam.
Na encosta dos montes se espalha o azul do cabelo da urze.
E frágil e branca se abre a flor do linho silvestre.
A pequena abelha, de fraco poder, carrega em seus pés
Rica colheita oculta em flores. O gado pasta ne erva tenra
Dos verdes prados. Na sua tarefa não há fadiga
A formiga vai e depois vem para logo ir e nunca parar.
Nos bosques a harpa tange melodias, música de paz
Que acalma a tormenta que o lago agitara.
E o barco balouça de velas dormidas
Envolto na bruma da cor das flores do tempo de Maio.
Na seara escondida, e de sol a sol, solta a codorniz
Um canto de energia, como um bardo real.
Esguia e delgada, mui branca e pura, saúda a cascata,
Em murmúrio de prata, a calma serena do arroio que a bebe.
Ligeira e veloz, no céu a andorinha é um dardo negro.
Há música que paira na encosta e no vale, nos montes em volta, a cintilar.
Os frutos do verão já se anunciam em gomo formosos.
Cantam as aves na ramaria e no rio os peixes pulam e saltam.
O vigor dos homens de novo renasce e ao longe a montanha
Mostra sem medo sua glória, altiva e sem mácula.
Da crista ao chão, as árvores do bosque são uma festa
De verde e de folhas; e a planura é um lavor de cores e flores.
Os dias de Maio são de alegria e de espledor,
Quando as donzelas sorriem de orgulho pela sua beleza
E jovens guerreiros se mostram mui hábeis, ágeis e esbeltos.
Os dias de Maio o verão anunciam, o tempo é de paz.
E no céu azul há uma criatura que é ave inocente.
Pequena e frágil, de límpida voz de água clara,
Canta a cotovia maravilhas e contos, em que apenas diz
Que a perfeita harmonia é o tempo de Maio.
Cultura Celta (Irlandês)
Anónimo (séc.IX-X)
Tradução: José Domingos Morais
Maio é o tempo da perfeita harmonia.
Trajado de negro, mal rompe a luz
O melro canta uma canção de clara alegria.
Nos campos se abraçam as flores e as cores.
O cuco saúda o verão majestoso com galhardia.
Passou o tempo dos dias ruins, a brisa é doçura.
No bosque as árvores de folhas se vestem
E se foram nuas agora são sebe de verde espessura.
O verão vem chegando e corre sem pressa a água no rio.
Manadas ligeiras nas águas mansas a sede saciam.
Na encosta dos montes se espalha o azul do cabelo da urze.
E frágil e branca se abre a flor do linho silvestre.
A pequena abelha, de fraco poder, carrega em seus pés
Rica colheita oculta em flores. O gado pasta ne erva tenra
Dos verdes prados. Na sua tarefa não há fadiga
A formiga vai e depois vem para logo ir e nunca parar.
Nos bosques a harpa tange melodias, música de paz
Que acalma a tormenta que o lago agitara.
E o barco balouça de velas dormidas
Envolto na bruma da cor das flores do tempo de Maio.
Na seara escondida, e de sol a sol, solta a codorniz
Um canto de energia, como um bardo real.
Esguia e delgada, mui branca e pura, saúda a cascata,
Em murmúrio de prata, a calma serena do arroio que a bebe.
Ligeira e veloz, no céu a andorinha é um dardo negro.
Há música que paira na encosta e no vale, nos montes em volta, a cintilar.
Os frutos do verão já se anunciam em gomo formosos.
Cantam as aves na ramaria e no rio os peixes pulam e saltam.
O vigor dos homens de novo renasce e ao longe a montanha
Mostra sem medo sua glória, altiva e sem mácula.
Da crista ao chão, as árvores do bosque são uma festa
De verde e de folhas; e a planura é um lavor de cores e flores.
Os dias de Maio são de alegria e de espledor,
Quando as donzelas sorriem de orgulho pela sua beleza
E jovens guerreiros se mostram mui hábeis, ágeis e esbeltos.
Os dias de Maio o verão anunciam, o tempo é de paz.
E no céu azul há uma criatura que é ave inocente.
Pequena e frágil, de límpida voz de água clara,
Canta a cotovia maravilhas e contos, em que apenas diz
Que a perfeita harmonia é o tempo de Maio.
Cultura Celta (Irlandês)
Anónimo (séc.IX-X)
Tradução: José Domingos Morais
quinta-feira, 29 de maio de 2008
Ao anoitecer...
Lutaram corpo a corpo com o frio
Das casas onde nunca ninguém passa,
Sós, em quartos imensos de vazio,
Com um poente em chamas na vidraça.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Das casas onde nunca ninguém passa,
Sós, em quartos imensos de vazio,
Com um poente em chamas na vidraça.
Sophia de Mello Breyner Andresen
quarta-feira, 28 de maio de 2008
Ao entardecer...
Viagem
Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar…
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos).
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura…
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar.
Miguel Torga
Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar…
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos).
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura…
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar.
Miguel Torga
terça-feira, 27 de maio de 2008
Ao amanhecer ...
Encostei-me a ti, sabendo bem que eras somente onda.
Sabendo bem que eras nuvem, depus minha vida em ti.
Como sabia bem tudo isso, e dei-me ao teu destino frágil,
fiquei sem poder chorar, quando caí.
Cecília Meireles
Sabendo bem que eras nuvem, depus minha vida em ti.
Como sabia bem tudo isso, e dei-me ao teu destino frágil,
fiquei sem poder chorar, quando caí.
Cecília Meireles
domingo, 25 de maio de 2008
Ao entardecer...
Em nome do teu nome, invoco o sul do silêncio
e arrimo o corpo ao vagar dos teus dedos.
Depois, deixo que me invadas, poro a poro,
que me cerques, me sacies e que a luz ilícita
dos teus olhos me ajuste ao teu abraço.
Graça Pires
Quando as estevas entraram no poema
sexta-feira, 23 de maio de 2008
Autores
Praia
Na luz oscilam os múltiplos navios
Caminho ao longo dos oceanos frios
As ondas desenrolam os seus braços
E brancas tombam de bruços
A praia é lis e longa sob o vento
Saturada de espaços e maresia
E para trás fica o murmúrio
Das ondas enroladas como búzios.
Sophia de Mello Breyner
Na luz oscilam os múltiplos navios
Caminho ao longo dos oceanos frios
As ondas desenrolam os seus braços
E brancas tombam de bruços
A praia é lis e longa sob o vento
Saturada de espaços e maresia
E para trás fica o murmúrio
Das ondas enroladas como búzios.
Sophia de Mello Breyner
quinta-feira, 22 de maio de 2008
1 2 3, diz outra vez!
Adeus, pedrinha da fonte,
Onde me eu ia assentar,
Onde passei muitas noites
E noitinhas de luar.
Adeus pedrinha da fonte,
Onde se assentam pimpões;
Donde se rasgam baetas,
Panos finos e bretões.
Quadras Populares.
quarta-feira, 21 de maio de 2008
1 2 3, diz outra vez!
Fui beber à clara fonte,
Por baixo da verde murta.
Foi mais por ver os teus olhos,
Que a sede não era muita.
Por baixo da verde murta.
Foi mais por ver os teus olhos,
Que a sede não era muita.
Quadras Populares
terça-feira, 20 de maio de 2008
1 2 3, diz outra vez!
Entre pedras e pedrinhas
Água deve de nascer:
Menina que vem da fonte,
Dê-me água, quero beber.
Dê-me água, quero beber,
Dê-me água, quero beber,
Cantarinho vai quebrado;
Menina, que vem da fonte,
Dê água ao seu namorado.
Quadras Populares.
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Desafio - 6 palavras...
Depois desta breve descrição em 6 palavras convido à valsa os Amigos:
Obrigada.
Tempo de agradecer...
A Casa de Maio não pode deixar de agradecer mais uma vez os mimos/desafios que recebe dos Amigos, pelo gesto que significam.
Assim,agradeço a:
Imagens Perdidas ; O blog da Ka ; O Jardim e a Casa ; sentimento em estado gasoso .Assim,agradeço a:


Obrigada.
Nota: O desafio da 6 palavras no post a seguir com a imagem.
domingo, 18 de maio de 2008
No dia dos Museus...
s. m.,
estabelecimento, geralmente público, onde estão reunidas colecções de objectos de arte, de erudição, de ciência, etc. ;
conjunto de objectos de arte ou de qualquer ciência;
estabelecimento, geralmente público, onde estão reunidas colecções de objectos de arte, de erudição, de ciência, etc. ;
conjunto de objectos de arte ou de qualquer ciência;
fig.,
compilação ou colecção de coisas várias;
miscelânea;
compilação ou colecção de coisas várias;
miscelânea;
ant.,
templo das Musas;
pequena colina, em Atenas, consagrada às Musas (grafado com inicial maiúscula).
templo das Musas;
pequena colina, em Atenas, consagrada às Musas (grafado com inicial maiúscula).
Neste e noutros dias, boa visita, seja qual for o Museu...
sexta-feira, 16 de maio de 2008
quinta-feira, 15 de maio de 2008
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Outra Janela...
segunda-feira, 12 de maio de 2008
Autores
DEPOIS DO BEIJO
«Adormeceste?»
«Não», dizes.
Flores em Maio
Florindo ao meio-dia.
Na relva junto ao lago,
Ao sol,
«Podia fechar os meus olhos
E morrer aqui», dizes.
Miki Rofu (1889-1964)
Trad. de José Alberto Oliveira
in, "Rosa do Mundo"
«Adormeceste?»
«Não», dizes.
Flores em Maio
Florindo ao meio-dia.
Na relva junto ao lago,
Ao sol,
«Podia fechar os meus olhos
E morrer aqui», dizes.
Miki Rofu (1889-1964)
Trad. de José Alberto Oliveira
in, "Rosa do Mundo"
domingo, 11 de maio de 2008
sábado, 10 de maio de 2008
Tempo de agradecer...
A Casa de Maio agradece mais uma vez a simpatia com que é visitada por todos e premiada por alguns, assim é tempo de agradecer a:
O Cheiro da Ilha que ofereceu dois mimos à Casa, a saber:
Prémio Liberdade Florida e Prémio Honra
Tempo de agradecer, a Palavras em desalinho pelo mimo Campanha de Amizade:
Por fim, tempo de agradecer a aArtmus pelo mimo Blogueiros Que Sabem Comentar, e pelo desafio A Nossa Biografia/Meme em 6 palavras...
quinta-feira, 8 de maio de 2008
Autores
Quase de nada místico
Não, não deve ser nada este pulsar
de dentro: só um lento desejo
de dançar. E nem deve ter grande
significado este vapor dourado,
e invisível a olhares alheios:
só um pólen a meio, como de abelha
à espera de voar. E não é com certeza
relevante este brilhante aqui:
poeira de diamante que encontrei
pelo verso e por acaso, poema
muito breve e muito raso,
que (aproveitando) trago para ti.
Ana Luísa Amaral
in Às Vezes o Paraíso
Não, não deve ser nada este pulsar
de dentro: só um lento desejo
de dançar. E nem deve ter grande
significado este vapor dourado,
e invisível a olhares alheios:
só um pólen a meio, como de abelha
à espera de voar. E não é com certeza
relevante este brilhante aqui:
poeira de diamante que encontrei
pelo verso e por acaso, poema
muito breve e muito raso,
que (aproveitando) trago para ti.
Ana Luísa Amaral
in Às Vezes o Paraíso
quarta-feira, 7 de maio de 2008
1 2 3, diz outra vez!
Mestra mestrinha
Senhora mestre, mestrinha
Casacunha de amores que já deram 4 horas
4 horas está a dar e as meninas a merendar
5 horas a cair e as meninas a sair!
Cantilena tradicional.
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Autores
Tenho uma casa. Uma construção de paredes eléctricas de fábulas. Uma malograda teofania de alguém condenado a perder-se na luz de um deus que jorra da sua própria ausência. Tenho uma casa no que sou externamente divina, involuntariamente incrível, compacta de todos os malefícios naturalmente atribuídos a uma deusa cujo o único milagre é não ser deusa.
Natália Correia
in A Mosca Iluminada
domingo, 4 de maio de 2008
No dia da Mãe...
se um dia pudesse segurar o teu rosto dentro das minhas mãos,
a pele do teu rosto a envelhecer, se um dia pudesse tocá-lo
como toco a água de uma nascente, como toco a claridade.
é um segredo que guardarei toda a vida por não saber dizê-lo.
o rosto,
o teu rosto submerso na inocência, mãe.
José Luís Peixoto
a pele do teu rosto a envelhecer, se um dia pudesse tocá-lo
como toco a água de uma nascente, como toco a claridade.
é um segredo que guardarei toda a vida por não saber dizê-lo.
o rosto,
o teu rosto submerso na inocência, mãe.
José Luís Peixoto
sexta-feira, 2 de maio de 2008
quinta-feira, 1 de maio de 2008
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