quarta-feira, 28 de maio de 2008

Ao entardecer...

Viagem

Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar…
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos).
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura…
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar.

Miguel Torga

4 comentários:

Maria disse...

Não posso estar mais de acordo...
...e fazer acontecer a hora da partida...

Beijinho, Maria

Luis Eme disse...

Torga escreveu im lindo poema sobre o que todos sabemos...

partir tem sempre outro sabor...

Beijos M. Maria Maio

poetaeusou . . . disse...

*
embarcado dilema,
a rota do paraíso
ou
o rumo da quimera,
,
bj,
h,
,
*

Maria P. disse...

Maria,
também concordo.
Beijinho*

Luís M.
partir,outro sabor, sim...
Beijos*

Poetaeusou,
a rota do paraíso, será...
Beijinhos*