sábado, 13 de janeiro de 2007

Ao anoitecer...

Palavras

Há pessoas a quem certas palavras dos outros lhes fazem morrer as próprias na garganta. Não podendo falar sentam-se do lado de cá do mar e olham a outra margem não podendo lá estar embora pudessem.
Eis como os possessos de realidades violentas não podem sentar-se à mesa e discorrer simplesmente o que já seria imenso e excepcional.

Ana Hatherly, in «A Cidade das Palavras»

5 comentários:

Anónimo disse...

Gosto muito do nome: Casa de Maio. Parece Primavera. Um daqueles cantos onde todos gostam de passear e petiscar... "Vim" aqui dizer presente.

Sobre o texto: As palavras dos outros puxam as minhas que puxam as dos outros que puxam as minhas... Não há donos para as palavras. Cada um tem-nas em função das que teve e no desejo das que quer ter. Não é?

Adoro Mafra!

Beijo

Anónimo disse...

Encontramo-nos então, pelo anoitecer. E que estranho...eu também não (desencaixamento, existe?). Alguns fios ficam ao andar aqui, ténues. Mas muitos dias nem os vejo e as paisagens são "antigas" de mim. Um beijinho, linda (mesmo que não saibas, como e quanto).

mixtu disse...

palavras enigmáticas... só com um "relativo" desenvolvimento as entendería...

beijinhos

Maria P. disse...

Ao Pedro,
obrigada pela visita. As palavras... ninguém é dono das palavras, mas creio que existem os que tem o "dom" da palavra, e que sem darem por isso (ou não) "calam" algumas palavras dos menos dotados.


À Bettips,
novo encontro, a meio da tarde.
Entendo o que exprimes, também sinto assim "o antigo" da paisagem, que por vezes até só acontece amanhã, mas já é passado para mim. Linda é a tua companhia.

Ao Mixtu,
fico a aguardar esse entendimento que me interessa, talvez outro encontro-enigmático...

Anónimo disse...

pela palavra vamos. ou não.

gosto de palavras sedutoras.como essas que deixas.