quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Ao meditar...

CAMPO
É de cinza o céu.
As árvores são brancas
e os restolhos queimados
são carvões negros.
Bem seco é o sangue
da fenda do Ocaso.
Enrugou-se
o papel incolor do monte.
A poeira do caminho
esconde-se nos barrancos.
As fontes estão turvas
e quietos os remansos.
Em meio a um cinza-avermelhado
soa o chocalho do rebanho
e o poço materno
terminou a reza.
É de cinza o céu,
as árvores são brancas.

García Lorca

5 comentários:

Anónimo disse...

Obrigada por teres trazido Federico García Lorca até aqui.
É sempre bom lê-lo...
Beijo

Anónimo disse...

jaz Frederico Garcia Lorca,
Poeta de Vanguarda,
do Mundo,
e da Espanha
que o assassinou,
e que com ele morreu
nos idos dum Agosto triste.
Ás cinco da madrugada.
in)garcia lorca
xinos

Anónimo disse...

Obrigada por teres trazido Federico García Lorca até aqui.
É sempre bom lê-lo...
Beijo

Luís disse...

L I N D O !!!

Garcia Lorca é uma figura cimeira da literatura espanhola que nunca é demais recordar. Este poema é a legenda perfeita para tantas das tuas fotos maria...

Maria P. disse...

Peço desculpa mas algo correu mal na minha mudança de versão...