Escrevo o teu nome e um pássaro levanta-se da terra -
sobre o seu voo contariam os teus olhos mil histórias
que eu escutaria com o mesmo silêncio admirado
com que na boca cai um beijo ou a noite atira o amor
para cima das camas. Mas o lápis rola subitamente
sobre a mesa e pára a sepultar as palavras que nunca
te direi - porque o rio não regressa à cidade que primeiro
beijou, nem o navio ruma jamais ao porto que o viu largar.
Maria do Rosário Pedreira
O Canto do Vento nos Ciprestes
3 comentários:
Triste. Preferiría que hubiera retorno.
Besos.
E quantas vezes nos arrependemos das palavras não ditas?!
Este texto ficou dentro de mim.
Um beijo
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