quarta-feira, 4 de julho de 2007

Ao entardecer...

Nunca soube o teu nome. Entraste numa tarde,
por engano, a perguntar se eu era outra pessoa -
um sol que de repente acrescentava cal ao muros,
um incêndio capaz de devorar o coração do mundo.

Não te menti; levantei-me e fui levar-te à porta certa
como um veleiro arrasta os sonhos para o mar; mas,
antes de te deixar, disse-te ainda que nessa tarde
bem teria gostado de chamar-me outra coisa - ou
de ser gato, para poder ter mais do que uma vida.

Maria do Rosário Pedreira
Nenhum Nome Depois

11 comentários:

Pedro Ramoa disse...

Suberbo...
Beijos...

Rosa dos Ventos disse...

Lindo!
Bisous

Ka disse...

Simplesmente divinal:)))

Beijinho

Maria disse...

Lindíssimo....
Beijinhos

Luis Eme disse...

Às vezes acontecem coisas lindas ao entardecer... como um belo poema como este...

Mateso disse...

O poema é lindo
Mas a verdade é, por vezes, inflexível, cerceando esta vida ,que poderia ser outra.
Bj.

A.S. disse...

Adoro a M. do Rosário Pedreira! Obrigado por teres partilhado este belo poema!


Um beijo...

pin gente disse...

muito felino

Esvoaçante disse...

Ah, e quando se aspira o que não se tem ou não pode ter?...
«poder ter mais de uma vida» resolveria?

o excerto é lindissimo...

poetaeusou . . . disse...

/
ou ser gato,
/
h
/

Victor Nogueira disse...

Olá :-)
Afinal foram os feeds do meu PC que me enganaram e tu continuas por cá, com o teu bom gosto e simplicidade.
Bjos
VM