Campo
Este verde impossível de ser,
Que alegre o camponês cultiva a prazo,
Não dá sequer para me aborrecer
Na extensão sem fim do campo raso.
Sem fim, a vida, deixa-se correr
Lisa e fatal, serena, sem acaso.
E acontece o que tem de acontecer
Como quem já da vida não faz caso.
Nada se passa aqui de extraordinário:
Tudo assim, como peixe no aquário,
Sem relevo, sem isto, sem aquilo;
Muito bucólico a favor da besta,
O campo, sim, é esta coisa fresca...
Coaxar de rãs, a música do estilo.
Afonso Duarte
5 comentários:
Bonito, este soneto....
B.
Gostei deste teu meditar...
Bjs
*
E acontece o que tem de acontecer
*
h
*
Há quanto tempo eu não lia nada deste grande poeta, mais ou menos rústico, do passado.
Obrigado
Um raso soneto com alguma lassidão no espírito...
Abraço.
Enviar um comentário