domingo, 13 de abril de 2008

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Razão de ninguém eis o vazio da pátria
onde tudo se dissolve de onde irrompe a sinfonia
da ideal violência da consciência austera
em que germina o reconhecimento da chama silenciosa
coincidência ou brisa

Vertiginosa e justa
sobre desertos violáceos ou clareiras de pedra
sem recear os fatídicos coágulos
ela palpa a carnosa sombra
de um vegetal meio-dia
e procura a pousada sobre uma grande pedra
exposta às intempéries do vento e da água

Da razão de ninguém ela cria a razão de todos
dos flancos do nada extrai o tronco luminoso
que se retesa para um oceânico horizonte
O seu maior precioso talismã
é um vaso vazio
e não escolhe entre entre a formiga e a cigarra
porque ela é a obra do ócio em movimento
e navega na gôndola imaculada do deus inacabado.

António Ramos Rosa
Pátria Soberana seguido de Nova Ficção

3 comentários:

Luís Milheiro disse...

um vazo vazio...

com a cigarra e a formiga...

Beijos M. Maria Maio

poetaeusou . . . disse...

*
é um vaso "vazio",
sem formigas,
com cigarras,
,
bj
h,
,
*

Maria P. disse...

Luís,
vazio, apesar da cigarra e da formiga...
Beijos*

Poetaeusou,
e as formigas?...
Beijinhos*