quarta-feira, 16 de abril de 2008

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Mar Incerto

Que triste o som acorda à minha voz!
Como é pálida a luz do meu espelho
e a desse rio azul que não tem foz:
o tempo, em que me vou fazendo velho.

Dias loucos da infância, onde estais vós?
E a alegria - esse cântico vermelho
do sangue virgem que não tem avós?
Como se chama a sombra em que ajoelho?

Arfa, cansado, no meu peito, um mar:
o mar remoto da remota Ilha
onde as sereias cantam ao luar.

A esteira dos navios, as gaivotas
gritam no céu, e o céu, lânguido, brilha
sem ecos de vitórias ou derrotas.

António de Sousa

4 comentários:

Luis Eme disse...

todos sonhamos com os dias loucos da infância...

e com o mar onde as sereias cantam ao luar...

beijos M. Maria Maio

MARIPA disse...

"Arfa,cansado,no meu peito,um mar"

Todos os mares,certos ou incertos,eu sinto...

Beijinho,Maria.

Maria P. disse...

Luís M.
são momentos...
Beijos*

Maripa,
o mar (a)mar...
Beijinho*

poetaeusou . . . disse...

*
prolongado
mar remoto,
na ilha da solidão,
,
conchinhas
,
*