quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Ao entardecer...

No contorno das pedras, se imagina
a impaciência das águas no inverno,
quando a terra se encharca
do lamento dos ventos.
Carrego, comigo, um pavor de relâmpagos,
incendiados na rama das oliveiras.
E ando descalça, no ribeiro,
a procurar indícios da infância.

Graça Pires
Quando as estevas entraram no poema

7 comentários:

Ka disse...

Estas palavras estão totalmente de acordo com o o dia de hoje...e são lindíssimas!!!

Beijoca :)

pin gente disse...

ao longe, mas ao longe
bela é a tormenta
nos seus relâmpagos de luz branca
riscados aleatoriamente no negro céu
fogos caem no mar, já de si revolto
por trás da vidraça, assustada
tremendo de medo com o estrondo da luz
percorro as gotas de chuva com o olhar
nem me atrevo a brincar perseguindo-as com o dedo
mas um abraço aconchega-me o medo de criança e vou ficando


beijo
luísa

Luis Eme disse...

Lindo...

também me apeteceu descalçar e molhar os pés na ribeira...

poetaeusou . . . disse...

*
relâmpagos,
-lampejos de mim-
,
h,
*

mixtu disse...

procurar a infancia
não conhecia... bucólico...

abrazo serrano

Manuel Veiga disse...

... ou quando as giestas floriam!

belo Poema. e uma grande Poetisa!

Luis Eme disse...

Também "cantei" as janeiras no Casario, atrás do Zeca, mas com menos talento, claro...

abraço e bom fim de semana, apesar do tempo estar chochito...