domingo, 13 de maio de 2007

Ao meditar...

As casas
As casas habitadas são belas
se parecem ainda uma casa vazia
sem a pretensão de ocupá-las
tornam-se ténues disposições
os sinais da nossa presença:
um livro
a roupa que chegou da lavandaria
por arrumar em cima da cama
o modo como toda a tarde a luz foi
entregue ao seu silêncio.

Em certos dias, nem sabemos porquê
sentimo-nos estranhamente perto
daquelas coisas que buscamos muito
e continuam, no entanto, perdidas
dentro da nossa casa.

José Tolentino Mendonça

5 comentários:

poetaeusou . . . disse...

/
um livro
/
xi
/

mfc disse...

Há coisas que nos tocam, sem que saibamos explicá-las.

Manuel Veiga disse...

... a vadiar pela casa. repleta de sinais. belos. de ti...

JPD disse...

Belo poema.

A casa da ilustração é um requinte de bucolismo.
Bjs

A.S. disse...

A casa é um espaço único, onde as emoções são sempre mais intensas... é sempre uma alegria o regresso a casa!

Um lindo poema!


BeijO...