domingo, 17 de junho de 2007

Na última gaveta...

É domingo, o prior rezou a missa, casou uns noivos, bate no largo um fandango, ao som do pandeiro infernal. Do balcão da pousada, rescendente de cravos, debruçamo-nos ambos par a par. As côres, as danças e o sol vão na mesma refega; a alma ibérica, feita de brio e de tumulto, estua em nossas almas, e bebemos o vinho da terra, grosso como sangue de boi, e nossas bôcas dão mil beijos e nossos braços mil abraços. O contigente, o finito desvaneceram-se em volta de nós e dentro de nós, como sombras imaginárias.

2 comentários:

poetaeusou . . . disse...

*
o malhadinhas,
/
quando os lobos uivam,
*
sempre presentes
*
h
/

Maria disse...

Lindo este texto da tua última gaveta...

Beijinhos